Sindan alerta sobre os perigos de doenças em animais após tragédia no RS
A propagação de enfermidades altamente contagiosas, como leptospirose, cinomose e parvovirose nos abrigos é motivo de preocupação
As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas deixaram um rastro de destruição, gerando prejuízos materiais e também impactando na saúde pública do estado. Informações preliminares indicam ao menos 10 mil animais resgatados após as cheias. São cães, gatos e cavalos altamente fragilizados e que foram expostos a inúmeras doenças, o que exige uma atenção redobrada por parte das autoridades e cuidadores.
Todos os animais resgatados passam por triagens organizadas por voluntários, onde é comum encontrá-los desidratados e com déficit nutricional. Em seguida, é importante receberem alimentação adequada e fluidoterapia com soro para reidratação, quando necessário. Aqueles cujo os tutores não foram identificados acabam encaminhados a abrigos, o que aumenta o risco de disseminação de eventuais doenças, dado o grande número de animais em espaços restritos.
Tanto os animais de abrigo quanto aqueles que retornaram para seus tutores precisam ser vacinados. A propagação de enfermidades altamente contagiosas, como leptospirose, cinomose e parvovirose, entre os animais, especialmente em abrigos, é motivo de preocupação neste momento e pode ser prevenida com vacinação.
“É importante garantir que todos os animais recebam as vacinas necessárias, incluindo as vacinas múltiplas dos cães, as quais ativam o sistema imune do animal contra diversas doenças, entre elas a leptospirose. O histórico de vacinação destes animais é desconhecido neste momento, então, mesmo que já tenham sido vacinados anteriormente, doses adicionais servirão como reforço para a defesa imunológica, sem aumentar os riscos para a saúde deles”, alerta Luiz Monteiro, diretor técnico do Sindan.
Após o resgate, ao chegar em casa, o ideal é que os animais encontrem um ambiente devidamente higienizado e desinfetado, existem diversos produtos específicos para uso no ambiente fornecidos por empresas veterinárias, reforça o especialista. Banhos com produtos apropriados são fundamentais, e qualquer ferida deve receber atenção do médico veterinário e serem cuidadas com medicamentos prescritos por ele.
Monteiro também enfatiza que os tutores devem prestar atenção aos sinais de alerta em seus animais, como manchas na pele, coceiras, incômodo nos ouvidos, distúrbios alimentares, como vômito e diarréia, urina em volume e coloração anormal. Nesses casos, a recomendação é procurar ajuda especializada. “Esses sintomas podem ser indicativos de infecções ou outras condições que necessitam de tratamento específico, incluindo o uso de antibióticos”, explica o diretor do Sindan.
Buscando contribuir para os atendimentos emergenciais, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), em parceria com indústrias de medicamentos veterinários, enviou na última semana uma doação com mais de 50 mil produtos veterinários para ONGs e abrigos cadastrados no Rio Grande do Sul.