Inadimplência em São Paulo recua para menor nível em quase 3 anos, aponta FecomercioSP

Inadimplência em São Paulo recua para menor nível em quase 3 anos, aponta FecomercioSP

.| Sortimento Economia |. Pesquisa revela queda nas contas em atraso e no número de famílias endividadas, resultando em um cenário favorável

Mantendo uma tendência de queda desde março, o nível de inadimplência das famílias paulistanas chega ao menor nível em praticamente três anos. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 19,2% dos lares da cidade convivem, hoje, com contas atrasadas — o menor nível desde outubro de 2021. Em um ano, o volume de famílias inadimplentes caiu 22%, o que corresponde a 220 mil lares a menos com dívidas em atraso.

Nessa esteira, caiu também o número de famílias sem condições de pagar as despesas, somando 8% das casas, a quarta retração seguida. É o menor resultado desde janeiro de 2022. No começo deste ano, vale lembrar, essa taxa era de 9,7% e, considerando os últimos 12 meses, chegou a bater 11,2% em outubro passado.

Segundo a FecomercioSP, os dados são uma boa notícia para a economia da cidade e do País, já que, com menos contas atrasadas, sobra espaço no orçamento para o consumo no comércio e nos serviços, dinamizando os dois setores, por consequência. Na avaliação da Entidade, a queda reflete uma conjuntura econômica positiva, mantida pelas altas taxas de empregabilidade e pela melhora na renda média das famílias.

Por exemplo, no último ano, houve um incremento de aproximadamente 170 mil novos empregos formais em São Paulo, enquanto o custo de vida tem crescido em um ritmo mais moderado. Somados à recente diminuição das taxas de juros, que facilitam a renegociação e a gestão das dívidas, esses fatores conformam um contexto positivo para melhoria da situação dos orçamentos domésticos.

O endividamento também voltou a cair em agosto, passando de 70,4%, no mês anterior, para 69,4%. Na comparação anual, porém, o indicador aumentou ligeiramente: 68,9% das famílias estavam endividadas há um ano.

Cartão de crédito em alta

Como tem sido desde a pandemia, a imensa maioria dos endividados (87,3%) tem despesas com cartões de crédito. O dado novo, porém, é que essa realidade segue crescendo — no mesmo mês do ano passado, eram 80,4% os lares com dívidas que citavam o cartão [tabela 1]. Modalidades com prazos mais curtos, como o crédito pessoal, também ganharam espaço, enquanto financiamentos de longo prazo e carnês caíram.

A pesquisa ainda aponta uma leve queda na intenção de contratar crédito ou financiamento, de 19,6%, em junho, para 18%, em agosto. A maior parte desses créditos seria destinada às compras.

Pesquisa

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor.

O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.