Porto Alegre Notícias : patrulhamento por drones, patinete elétrica mortal e ciclovia liberada
Sortimento Rio Grande do Sul – Porto Alegre notícias 4 de novembro de 2024 – publicação com conteúdo da newsletter da Matinal : Assine Matinal e tenha acesso a matérias e reportagens exclusivas.
Especialistas questionam patrulhamento por drones, ação presente em parques e outros espaços da capital gaúcha
Na manhã do dia 23 de outubro, o escritor Daniel Galera caminhava pela Redenção com sua filha e seu cachorro. O passeio rotineiro foi interrompido por um aviso sobre patrulhamento da região e cuja origem ele demorou a identificar. Até que percebeu que a fonte do áudio estava acima de sua cabeça.
A mensagem que informava que o parque estava sendo monitorado vinha de um dos dois drones adquiridos pela Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) e implementados no mês passado em Porto Alegre. Os equipamentos são utilizados para auxiliar no monitoramento de escolas, unidades de saúde, demais prédios públicos municipais, além de praças e parques, como o Moinhos de Vento e a Redenção.
Adquiridos por 42,3 mil reais cada, os drones contam com iluminação para voos noturnos, comando de voz, realizando mapeamentos em locais determinados pelos agentes da Guarda Municipal. Seu uso está restrito a “autuações envolvendo invasões, atos de importunação, assédio, furtos e busca de suspeitos foragidos”, segundo informa o site da prefeitura desde o dia 31 de outubro.
Nenhuma dessas informações, contudo, foi encontrada por Daniel Galera naquela manhã, quando ele chegou em casa após o passeio e procurou saber mais sobre a iniciativa nos canais da prefeitura. Apesar da promessa de segurança, a experiência não foi bem recebida pelo escritor e por outros usuários que também desfrutavam do parque naquele dia, segundo conta Galera, que criticou a ausência de informações públicas sobre a iniciativa naquele momento.
Para as pesquisadoras ouvidas pela Matinal, a adoção de drones para patrulhamento das cidades pode comprometer a privacidade e a liberdade dos cidadãos, além de carecer de estudos que embasem sua eficácia em reduzir a criminalidade. O questionamento dos resultados gerados pela tecnologia remetem a outra iniciativa da atual gestão municipal: os totens de segurança adotados no ano passado e que
Um ano após o retorno do serviço na capital, homem morre em acidente com patinete elétrica
O músico Vinicius de Andrade Cordeiro, 43 anos, morreu após ser atropelado por uma motocicleta enquanto atravessava a faixa de pedestres numa patinete elétrica. Ele teria cruzado a avenida Protásio Alves com o sinal aberto para passagem de veículos. O acidente ocorreu na última sexta-feira, poucos dias após o marco de um ano do retorno da circulação de patinetes compartilhadas na cidade.
Em 2023, o número de atendimentos a vítimas de acidentes com patinetes na capital disparou – de janeiro a novembro, dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) indicavam que 59 pessoas haviam realizado atendimentos ambulatoriais, e quatro precisaram de atenção hospitalar. Já neste ano, foram registrados cinco acidentes envolvendo patinetes, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Vale lembrar que o número de acidente com patinetes somente não é maior por prudência, cuidado e zelo do pedestre, que divide a calçada com o equipamento. “Por duas vezes quase fui atropelado por patinete na calçada. Numa das vezes, a pessoa que estava no equipamento chegou a tocar no meu ombro. Frequentemente vejo pessoas utilizando o serviço de maneira perigosa e despreparada. A permissão dos patinetes nas calçadas é um perigo ao pedestre. O equipamento deveria somente ser utilizado nas ciclovias”, diz Fábio Juchen, editor dos sites da Sortimento Comunicação.
Por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Smmu), a prefeitura avaliou o saldo como positivo, afirmando que a operação “é um complemento ao sistema de transporte e faz parte do projeto de qualificação urbana de Porto Alegre”, conforme nota enviada a GZH um pouco antes do acidente fatal registrado na semana passada.
Ciclovia da Ipiranga volta a ser liberada
Desde sábado está novamente liberada a porção da ciclovia da Ipiranga entre as avenidas João Pessoa e Salvador França. O trecho foi interditado devido a uma série de desmoronamentos do talude do Arroio Dilúvio que ocorreram desde o ano passado. Os ciclistas devem utilizar o passeio compartilhado com os pedestres – no ponto, entre as ruas Santana e João Guimarães, foi criado um desvio.
De acordo com a Prefeitura, há sinalização que indica como pedestres e bicicletas devem transitar pelo local. Com a liberação, os ciclistas podem utilizar 60% da extensão total da ciclovia, desde a Edvaldo Pereira Paiva até a Salvador França.
Em agosto, a prefeitura chegou a liberar o mesmo trecho — que já estava bloqueado havia mais de um ano —, mas teve de fechá-lo horas depois em razão de alerta de tempestade. À época, a reportagem da Matinal flagrou obstáculos no local, que impediam a passagem de ciclistas.
Giro de Notícias
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