Produtores de leite esperam manutenção de estabilidade nos preços em 2021

Gadolando - Criadores de Gado Holandês - Foto Marcos Tang - Sortimentos.com Agropecuária
Gadolando - Criadores de Gado Holandês - Foto Marcos Tang - Sortimentos.com Agropecuária
Gadolando – Criadores de Gado Holandês – Foto Marcos Tang

Sortimentos.com AgroPecuária

Produtores de leite esperam manutenção de estabilidade nos preços em 2021

2020 turbulento para os produtores de leite do Rio Grande do Sul teve uma recuperação no segundo semestre com a alta das cotações pelo litro do produto que, neste momento, registra estabilidade. A avaliação é do presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul ( Gadolando ), Marcos Tang. A seca que prejudicou lavouras gaúchas, em especial a soja e o milho, impactou o gado leiteiro pela dificuldade de alimentação por meio de silagem para as vacas.

Segundo o dirigente, a valorização ocorrida na segunda metade do ano ajudou o produtor a pagar suas contas. Entretanto, lembra que para o criador manter certa estabilidade é necessário que as cotações se mantenham em patamares como os atuais. “Nós não suportaríamos uma baixa na remuneração, até porque os insumos estão muito elevados devido à estiagem que, infelizmente, o setor está enfrentando novamente. O preço do leite é o que nos ajuda a pagar as contas e também a ter um pouco de lucro. Esperamos que o preço não caia mais neste final de ano”, destaca.

Tang avalia que o produtor de leite sabe que os primeiros meses do ano são de remuneração menor, especialmente pelas altas temperaturas, mesmo em tempos que não são de estiagem. O presidente da Gadolando espera que ao menos o preço não caia nos próximos meses como historicamente ocorre no início do ano. “O produtor de leite sabe que este período não é de uma alta remuneração para o leite. Este estresse térmico e o calor fazem diminuir a produção e também a fertilidade, o que eleva o custo. Por isto, é necessário planejamento, o produtor tem uma série de coisas que precisa conhecer a fundo na sua propriedade e na sua região”, observa.

Assumindo mais um biênio à frente da Gadolando, o dirigente salienta que um dos focos para a entidade é o trabalho técnico, que é a sua essência. “Temos que ter sócios, registros e trabalho técnico, grande, a campo, que possa nos sustentar. Precisamos crescer muito neste sentido e termos espaço, pois o Rio Grande do Sul possui muitas vacas mas poucas são registradas. Este é o trabalho que deve ser fomentado da porteira para dentro. Precisamos chegar no produtor e estar presentes. É este trabalho técnico que precisa ser feito e incrementado, pois a Gadolando é uma entidade técnica”, ressalta.

Conforme o presidente da Gadolando, outro desafio dentro desta linha técnica é fomentar informações de forma a dar base aos produtores a buscar avanços e melhoramento dos seus animais. “Tudo isso é baseado para que se tenha uma vaca que produza bastante mas que tenha longevidade. E para isso precisamos ter dados para melhorar, pois só podemos melhorar o que a gente conhece. Temos muito gado Holandês de qualidade”, completa.