Ministro Paulo Guedes, um ser, ‘fora da casinha’, apoiado por empresários que adoram ‘dar tiro no pé’ em momento de crise hídrica, energética e inflação

Dinheiro Cedula de 200 Reais Banco Central

Sortimentos.com Economia

Ministro Paulo Guedes, um ser, ‘fora da casinha’, apoiado por empresários que adoram ‘dar tiro no pé’ em momento de crise hídrica, energética e inflação

O aumento na conta de luz tem pesado no orçamento das famílias e é um dos fatores que pressionam a inflação, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, não vê problemas. “Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, perguntou Guedes na quarta-feira (25.08), no lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo. “Isso vai causar perturbação, empurra a inflação um pouco para cima, BC tem que correr um pouco mais atrás da inflação”, cutucou.

“A economia está bombando e continua a narrativa de que o governo não faz nada”, afirmou o ministro. Guedes também disse que a economia brasileira está “vindo com toda a força” após a crise causada pela pandemia da Covid-19, mas em contradição alegou que “há, sim, nuvens no horizonte”. Como desculpa, disse “temos a crise hídrica forte pela frente, mas a economia brasileira está furando as ondas”.

Conta da Luz aumenta a inflação

Pressionada pelo aumento da conta de luz, a inflação acumulada em 12 meses chegou à marca de dois dígitos em quatro capitais do País na prévia de agosto: Porto Alegre (10,37%), Goiânia (10,67%), Fortaleza (11,37%) e Curitiba (11,43%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 25.

A inflação oficial deve fechar este ano acima de 7%, segundo projeções de uma centena de economistas ouvidos pelo Banco Central no boletim Focus. O próprio BC estima que o índice deve ficar em 6,5% – a meta que teria que ser perseguida é de 3,75%.

Além da taxa extra paga desde julho na conta de luz, as faturas aumentaram, em média, 7% em 2021 e, para 2022, a previsão é que o reajuste médio seja de quase 17%,.

Sem energia e sem produção, pode haver redução na arrecadação

A crise hídrica levou o governo a anunciar nesta quarta-feira medidas para redução do consumo de energia para toda a administração pública federal. Decreto presidencial editado hoje determina a redução do consumo de eletricidade desses órgãos entre 10% e 20% em relação ao consumo do mês nos anos de 2018 e 2019, ou seja, antes do período pré-pandemia.

Além disso, o governo está pedindo que a sociedade e indústrias façam um esforço pela economia de energia e evitem desperdícios. Quem economizar terá conta menor a pagar e uma premiação pela redução do consumo.

“O problema agora é que está tendo uma exacerbação por que anteciparam as eleições? Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar. Vai ser uma gritaria danada, mas vamos chegar lá, vamos ter as eleições. Vai acontecer tudo que tem para acontecer”, disse o ministro. “Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que vamos ter medo agora?”.

Segundo ele, o “abismo fiscal que ameaçava o Brasil foi controlado”, por causa de reformas, entre elas a da Previdência. Apesar da covid-19, a economia brasileira “se abre de novo”, “temos superávit comercial e corrente de comércio recordes”, acrescentou o ministro.

Arrecadação em alta

Na quarta-feira, a Receita Federal divulgou os dados da arrecadação de julho, quando o País arrecadou com impostos e contribuições federais R$ 171,270 bilhões, um aumento real de 35,47% na comparação com o mesmo mês de 2020.