Sérgio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública, alerta sobre retorno das atividades e aumento da contaminação por Covid-19

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Coronavírus : Brasil foco da epidemia no Planeta

Sérgio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública, alerta sobre retorno das atividades e aumento da contaminação por Covid-19. #viveréumgrandenegócio

A decisão do prefeito de São Paulo, Bruna Covas, em flexibilizar a quarentena em São Paulo traz reflexões de autoridades sanitárias, como Sérgio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo-SP.

Para ele, “depois do isolamento social, a cidade conseguiu conter a aceleração da transmissão da doença e iniciar o tão esperado achatamento da curva de casos, evitando o possível desastre representado pelo colapso da rede de atendimento, sobretudo hospitais e suas UTIs, mas essa vitória parcial sobre a progressão da COVID-19 corre o risco de ser desperdiçada no retorno das atividades comerciais sem que as três condições estabelecidas para isso estivessem cumpridas:

  • redução sustentada de novos casos por 14 dias ou mais;
  • ocupação de menos do que 60% dos leitos de UTI disponíveis na cidade;
  • isolamento social consistente por período de 14 a 21 dias, igual ou superior a 55%.

O professor alerta que o retorno das atividades comerciais e da circulação intensa de pessoas, com utilização de transporte público, propiciarão o aumento da transmissão da doença, sobretudo pelas pessoas com sintomas leves, que são a maioria dos casos”

Zanetta lembra, ainda, que os shoppings possuem estruturas difíceis de compatibilizar seus sistemas de ventilação com o controle de propagação do vírus.

A retomada de atividades com circulação de pessoas tem que obedecer a critérios objetivos e baseados na Ciência, para que não represente um recrudescimento da COVID-19, o que poderá exigir medidas mais drásticas de isolamento para ser contida, como aprenderam a Itália e os EUA.

Todos os países que adotaram estratégias baseadas nos três requisitos: isolamento social intensivo, redução de casos sustentada por no mínimo 14 dias e disponibilidade de recursos assistenciais para atender aqueles que vão adoecer, a exemplo de Portugal, puderam retomar as atividades com prudência e segurança e manter essa condição.

“Não é sensata a medida a ser implantada de rompimento do isolamento social. Isso pode custar caro do ponto de vista econômico e político e poderá levar a perdas irreversíveis de vidas”, diz o professor do Centro Universitário São Camilo – SP.