ATUALIZAÇÃO
Quinta-feira (25.06)
O Ministério da Agricultura declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por causa da nuvem de gafanhotos que se aproxima da fronteira brasileira.
Quarta-feira (24.06)
A nuvem de gafanhotos que estava a caminho do Brasil, e deixou agricultores em alerta, desviou para o Uruguai. E você sabia que o fenômeno não é raro? A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul monitora manifestações de nuvens de gafanhoto desde os anos 1940.
Nuvem de gafanhotos está próxima do Rio Grande do Sul
Nuvem de gafanhotos está próxima do Rio Grande do Sul. Insetos são originários de duas províncias paraguaias. Agencia Brasil informou no inicio desta noite de terça que uma nuvem de gafanhotos está a cerca de 250 quilômetros da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina.
Uma nuvem de gafanhotos está a cerca de 250 quilômetros da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. A preocupação das autoridades do setor agropecuário e de produtores rurais é o dano que os insetos possam causar às lavouras e pastagens, se houver infestação.
A dieta do inseto varia, conforme a espécie, entre folhas, cereais, capins e outras gramíneas. Segundo informações repassadas à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, a nuvem é originária do Paraguai, das províncias de Formosa e Chaco, onde há culturasa de cana-de-açúcar, mandioca e milho. A espécie é a Schistocerca cancellata.
Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que está acompanhando o fenômeno em tempo real e que “emitiu alerta para as superintendências federais de Agricultura e aos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária para que sejam tomadas medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região (…) para a adoção eventual de medidas de controle da praga, caso esta nuvem chegue em território brasileiro.”
De acordo com a pasta, especialistas argentinos estimam que os insetos sigam em direção ao Uruguai. A ocorrência e deslocamento da nuvem de gafanhotos são influenciados pela temperatura e circulação dos ventos.
O fenômeno é mais comum com temperatura elevada. Segundo o setor de Meteorologia da secretaria gaúcha, há expectativa de aproximação de uma frente fria pelo sul do estado, que deve intensificar os ventos de norte e noroeste, “potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai”.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado Mapa, na quarta-feira (24.06) no Rio Grande do Sul o tempo estará “nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no sul, centro e Campanha”, inclusive com possibilidade de chuva forte com queda de granizo em algumas dessas áreas. Nas demais regiões do estado, a previsão é de tempo “parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva isolada.”
Nota do ministério descreve ainda que o gafanhoto está presente no Brasil desde o século 19 e que causou grandes perdas às lavouras de arroz na região Sul no período de 1930 a 1940. No entanto, desde então, tem permanecido na sua fase ‘isolada’, que não causa danos às lavouras.”
O ministério informa que especialistas estão avaliando “os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva” e que o fenômeno pode estar relacionado a uma conjunção de fatores climáticos.
A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul orienta os produtores rurais gaúchos a informar a Inspetoria de Defesa Agropecuária da sua localidade se identificar a presença de tais insetos em grande quantidade.
Frente fria poderá afastar gafanhotos
A previsão da chegada de uma frente fria e queda na temperatura podem afastar a praga de gafanhotos que se aproxima de lavouras do Rio Grande do Sul.
Andreia Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia, em Brasília, explica que a expectativa é de que uma frente fria chegue ao estado nos próximos dias.
Dori Edson Naves, pesquisador na área de entomologia (pesquisa na área de insetos) da Embrapa Clima Temperado, acredita que o clima e os ventos podem mudar o rumo desses gafanhotos.
Dori atribui a invasão do inseto às mudanças climáticas, que favorecem o desenvolvimento do gafanhoto, e que a passagem da frente fria e a queda das temperaturas também devem ajudar o produtor rural brasileiro a se livrar dessa praga.