Rio Grande do Sul giro de notícias : recorde de mortes por Covid-19, crise no atendimento, fila para registro de óbitos e movimento pró flexibilizações

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Sortimentos.com Giro de Notícias 15 de março de 2021

Produzido pela redação de Sortimentos.com com informações do Matinal Jornalismo, Brasil 61 e assessorias de imprensa. Opinião e intervenções por Fábio Juchen

Rio Grande do Sul giro de notícias : recorde de mortes por Covid-19, crise no atendimento, fila para registro de óbitos e movimento pró flexibilizações

Final de semana foi de novo recorde de mortes pela Covid-19 no RS e crise no atendimento para registro de óbitos na Capital. Mesmo assim, grupos saíram às ruas provocando aglomerações para protestar contra medidas que podem salvar vidas. O fio de esperança que nos resta está na vacinação – que segue a passos lentos, mas avança para uma nova faixa etária na Capital.

Vacina, sim!

Começa hoje e vai até quarta-feira a vacinação em idosos de 76 anos na Capital. As imunizações também serão destinadas à segunda dose para quem já recebeu a Coronavac e está no prazo de 21 dias desde a primeira aplicação. O público pode se dirigir a uma das 21 unidades de saúde ou aos drive-thrus do Big Sertório e Big BarraShopping.

Proposta

Responsabilizar criminalmente prefeitos e secretários que por meio de decretos flexíveis para atividades econômicas e circulação de pessoas ocasionou a MORTE por Covid-19 de trabalhador formal através da falta de atendimento e estrutura hospital, com agravante na pena, para casos de falta de leito de UTI. Será que os gestores públicos irão manter discursos mediante devida contrapartida de ação / efeito ?

Em fim de semana trágico, Capital gaúcha tem manifestações contra medidas restritivas

Já são quase 15 mil vidas perdidas para a Covid-19 no Rio Grande do Sul. No fim de semana, foram notificadas 403 mortes relacionadas à doença – 331 só no sábado, um novo recorde. Ontem o Estado não tinha mais nenhum leito de UTI disponível. A média de ocupação já tinha superado os 100% antes, mas ainda havia leitos no SUS. O quadro mudou na tarde de ontem, quando o índice na rede pública estava em 100% e o da rede privada foi a 136,2%. O colapso leva pacientes que necessitam de tratamento intensivo a serem atendidos de forma improvisada, além de obrigar profissionais a escolherem quem deve receber atendimento.

Mas evitar que essa mortandade aumente não é prioridade de todos. Pelo país inteiro, foram às ruas grupos contrários a medidas restritivas, ações comprovadamente eficazes para conter o avanço do coronavírus. Não contentes em nadar contra a maré da ciência, alguns pediam intervenção militar e fechamento do Superior Tribunal Federal. Por aqui, manifestantes pró-Bolsonaro criticaram o governador Eduardo Leite (PSDB) em carreata que foi do Laçador ao Parcão. Um segundo ato reuniu mais apoiadores do presidente na Rua dos Andradas, próximo ao Comando Militar do Sul, onde também se ouviram gritos contra as restrições da bandeira preta, classificação que completou duas semanas no sábado.

Com menos internações em leitos clínicos do que previa o Governo do Estado em 24 de fevereiro, o cenário hoje seria bem pior sem as medidas restritivas. Mas impactos mais significativos só devem ser percebidos no início de abril, diz a professora de Epidemiologia da UFRGS e integrante do Comitê Científico do Piratini Suzi Camey. Nos hospitais, a expectativa por efeitos mais contundentes é para depois da terceira semana de bandeira preta, primeiro com redução de demanda nos postos de saúde e Unidade de Pronto Atendimento, e depois na lotação da emergência.

Fique em casa – “Se não houver adesão maior da população, vamos chegar em abril e maio enxergando situação muito semelhante”, projeta Camey. Segundo dados da consultoria InLoco, o isolamento social dos gaúchos durante a bandeira preta não só cresceu pouco como está muito longe dos 70% atingidos no ano passado, antes do pico da primeira onda: na quinta-feira, o índice estava em 32,5%.

Em Porto Alegre, espera para registrar óbito chegou a levar mais de 5 horas

Na Capital, a tragédia da pandemia ganhou um novo contorno com a longa espera para o registro de óbitos. Há relatos de quem ficou mais de cinco horas na fila da Central de Atendimento Funerário (CAF), no bairro Santana. A demora levou a Justiça a transferir o plantão dos cartórios da CAF para o Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais da 5ª Zona, no bairro Cristal, na Zona Sul. A decisão é da madrugada de domingo e valerá por 30 dias. A CAF já vinha registrando excesso de demanda nos últimos dias. A média diária de atendimentos para sepultamento, cremação ou translado de corpos é de 60 nos meses de março anteriores à pandemia. Já na semana passada, o total de atendimentos diários superou a marca de 100 todos os dias, chegando a 148 no sábado.

Governo faz flexibilizações para pet shops e academias

O governo do Rio Grande do Sul decidiu fazer novas flexibilizações nas medidas de distanciamento social. A administração de Eduardo Leite autorizou o sistema pegue e leve em pet shops e o atendimento individual em academias. A liberação relacionada à prática de exercícios físicos está condicionada à prescrição médica para reabilitação. Aulas e treinos de condicionamento seguem proibidos. O Executivo estadual entende que para as petshops há risco de agravamento de casos clínicos, uma vez que os locais prestam serviços terapêuticos e medicinais.

Melo lança medidas para atender reivindicações de comerciantes – Para amenizar as perdas dos setores econômicos com as restrições das atividades, a Prefeitura de Porto Alegre lançou 10 medidas para atender as principais reivindicações de comerciantes. Entre as ações estão a suspensão de corte de água de imóveis comerciais inadimplentes, retirada de empresários do SPC e protestos extrajudiciais, além da prorrogação de taxas de alvará. O prefeito Sebastião Melo (MDB), que articula junto a outros executivos municipais da Região Metropolitana o retorno da gestão compartilhada do distanciamento controlado, afirmou que deseja a volta do modelo desde que sem a possibilidade de imposições do governador Eduardo Leite, em uma cogestão, nas suas palavras, “definitiva” e “verdadeira”.

Rio Grande do Sul Flash News

A construção do Hospital de Campanha na zona Sul foi finalizada em Porto Alegre. O local, que contará com quatro médicos e quarenta profissionais de enfermagem.

Duas emergências da Santa Casa, em Porto Alegre, foram fechadas por conta da superlotação do complexo hospitalar. A instituição relatou que a capacidade assistencial está próxima de atingir os 300% de ocupação. O Hospital de Clínicas também fechou temporariamente sua emergência.

O RS já registrou 328 internações e 21 mortes de adolescentes entre 16 e 19 anos pela Covid-19. No Brasil, os casos e os óbitos de jovens estão em crescimento e, segundo o DataSUS, 22% das hospitalizações e 24% das fatalidades ocorreram nos últimos três meses.

O número de novas internações de idosos com 90 anos ou mais por Covid-19 caiu 20% pouco mais de um mês após o início da vacinação no Brasil. O dado sugere que a imunização dos grupos prioritários já estaria causando um efeito positivo na pandemia.

O RS fechou o quarto trimestre de 2020 com 106 mil trabalhadores desalentados. São pessoas que desistiram de procurar emprego por falta de esperança. É o maior número para o período de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Três sindicatos que representam servidores do Executivo protestaram contra a criação do auxílio-saúde para integrantes do Judiciário. Entidades consideraram que benefício é “um disfarçado aumento de vencimentos”.

Os membros do Judiciário gaúcho querem mais uma ajudinha. A Ajuris busca junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a concessão do auxílio-creche. A associação já havia feito o pedido para o Tribunal de Justiça, que negou a solicitação.

São Leopoldo decidiu prorrogar as medidas restritivas para conter a circulação do coronavírus. Além disso, a prefeitura estabeleceu penalidades a pacientes sintomáticos ou positivados que não cumprirem o isolamento.

Treze mil vagas estão disponíveis em concursos públicos e processos seletivos abertos no Rio Grande do Sul. A maior remuneração, de mais de 15 mil reais, é oferecida pela prefeitura de Venâncio Aires, para o cargo de médico comunitário.