Rio Grande do Sul Notícias : construtora Plaenge e o greenwashing, Fraport e a drenagem, novos alagamentos em Porto Alegre, gaúchos culpam políticos por estragos das enchentes

Rio Grande do Sul Notícias : construtora Plaenge e o greenwashing, Fraport e a drenagem, novos alagamentos em Porto Alegre, gaúchos culpam políticos por estragos das enchentes

Sortimento Notícias Porto Alegre 1º de julho de 2024 – publicação com conteúdo da newsletter da Matinal : Assine o Matinal e tenha acesso a matérias e reportagens exclusivas.


Após derrubar um guapuruvu, a construtora Plaenge quer adotar uma praça no bairro Petrópolis, causando nova comoção entre os moradores, que promoveram um protesto ontem, história que você lê na Matinal nesta segunda-feira.

A newsletter da Matinal de 1º de julho também traz a resposta da Fraport às denúncias sobre falhas na drenagem no aeroporto, a difícil situação de frio e alagamentos em diferentes regiões de Porto Alegre e a pesquisa Datafolha em que os entrevistados apontam políticos das três esferas de poder como culpados pelas enchentes.


Moradores protestam contra adoção de praça por construtora que derrubou árvore no Petrópolis

Uma ação aparentemente generosa da construtora Plaenge causou ainda mais revolta em moradores da região. A comunidade já havia manifestado repúdio contra a empresa após o corte de um guapuruvu no terreno onde construirá um prédio de alto padrão no bairro Petrópolis, e para o qual recebeu autorização para remover outros 105 vegetais. A ideia foi interpretada como mais um passo de domínio das incorporadoras sobre a cidade e considerada por moradores como “greenwashing”, termo usado para estratégias de marketing enganosas a respeito de projetos supostamente sustentáveis.

Dezenas de residentes passaram a manhã e a tarde de domingo em um ato na praça, seis dias depois que a Secretaria Municipal de Parcerias publicou um termo que oficializa a empresa e a Escola Infantil Ser Criança como aptas a iniciar o processo de adoção.

“A construtora Plaenge agora quer melhorar sua imagem se apropriando da Praça Mafalda. Novamente tomam decisões patrolando de maneira sem vergonha, por cima da memória histórica do povo”, publicou, nas redes sociais, o coletivo Casa Dyonélio Machado, que luta pela preservação do casario histórico do bairro.

A Plaenge afirmou, em nota enviada à Matinal, que se mantém motivada a realizar a adoção. “Sempre que possível, faz parte da nossa política adotar praças no entorno de nossos empreendimentos. Temos convicção de que podemos contribuir para que a Praça Mafalda Verissimo possa ser um lugar ainda mais aprazível do que já é”, comunicou a empresa.


Fraport defende sistema de drenagem após denúncias

Por meio de uma nota, a Fraport defendeu-se das denúncias publicadas pelo deputado Matheus Gomes (PSOL) na última semana. O grupo alemão, que detém a concessão do Aeroporto Salgado Filho, assegurou a funcionabilidade do sistema de drenagem do local e destacou que investiu 170 milhões de reais em drenagem, apesar de isso não constar no escopo do contrato de concessão.

As denúncias de Gomes, embasadas em documentos da prefeitura, indicam que a empresa não seguiu diretrizes obrigatórias estabelecidas pelo antigo Departamento de Águas Pluviais durante o processo de licenciamento, além de evitar a fiscalização durante as obras.

A Fraport é concessionária do Salgado Filho até 2042, mas após a enchente cogitou devolver o aeroporto ao governo federal, para logo voltar atrás. A empresa deve apresentar um cronograma de reabertura ainda neste mês. Por ora, parte da malha de voos está sendo operada na Base Aérea de Canoas, que ampliou seu horário no fim de semana, passando a oferecer voos noturnos.


Frio e novos alagamentos ampliam problemas sociais em Porto Alegre

Com o alerta de frio extremo ainda em vigor, a prefeitura de Porto Alegre irá manter o ginásio do Demhab, no bairro Santana, disponível para abrigamento até terça-feira. Na sexta, quando chegou a atual onda de frio, 192 pessoas procuraram acolhimento em abrigos do município. O frio intenso – que derrubou a temperatura para abaixo de zero em 90 cidades gaúchas – fez a capital ter o dia mais gelado do ano e foi um desafio a mais a moradores de Porto Alegre, em especial das ilhas, que tem parte de sua população ainda acampada às margens da Freeway ou da BR 116, e da zona sul, onde o Guaíba avançou entre sexta e sábado. No domingo, mesmo que a tendência fosse de recuo, moradores seguiam receosos. No bairro Guarujá, houve manifestação para cobrar soluções da prefeitura, segundo mostrou o Sul21.


Maioria culpa governos por destruição das enchentes

Uma pesquisa do Datafolha apontou que a maioria dos gaúchos atribui a culpa pela destruição causada pelas enchentes de maio a políticos. Da esfera municipal à federal, os participantes do levantamento disseram acreditar que os governos têm ao menos alguma parcela de culpa nas consequências do evento climático extremo, ainda que também apontem a própria população como culpada. No recorte do RS, sete em cada dez respondentes afirmam que a destruição provocada pelas enchentes poderia ter sido evitada.

A percepção de que era possível evitar danos é maior entre aqueles que moram na região metropolitana de Porto Alegre do que no interior. A pesquisa foi publicada neste domingo, em um contexto eleitoral em que, no caso de Porto Alegre, já se mostra embaralhado, conforme apontaram consultas anteriores. No centro do debate, estarão as enchentes.


Mata Atlântica está presente na maior parte do RS; Pampa compõe território de 160 municípios

O IBGE divulgou mapeamento realizado sobre os biomas presentes no estado na última sexta. Segundo o estudo, dos 497 municípios do RS, 337 apresentam, originalmente, o bioma Mata Atlântica, cerca de 67,8%. Um dos mais representados pela cultura gaúcha, o Pampa está presente em outras 160 cidades – com prevalência ocorrendo em pontos específicos, como na Lagoa dos Patos e na Lagoa Mirim. Ainda há 141 municípios onde a mescla de biomas foi registrada. Trabalhos similares já foram realizados pelo instituto, mas o recente material é marcado por informações detalhadas sobre cada cidade, podendo auxiliar em futuras análises sobre características populacionais, gestão ambiental e impactos de nossas ações no meio ambiente. No caso do RS, “pode ajudar a aumentar a consciência sobre quais compromissos a sociedade e o poder público devem estabelecer com a conservação da natureza típica de cada bioma”, conta o biólogo Eduardo Vélez, pesquisador do MapBiomas Pampa, ao jornal Zero Hora.


Homenagem

Sarah Domingues, estudante de arquitetura e urbanismo da UFRGS que foi assassinada a tiros em janeiro, foi homenageada durante a formatura de sua turma. Maria Marta Ferreira da Silva, mãe de Sarah, compareceu à cerimônia realizada na última sexta-feira para receber, em nome da filha, a outorga póstuma de arquiteta e urbanista. “Todos estavam felizes e fiquei o tempo todo imaginando como seria, mas ela não estava lá. Arrancaram um direito da minha filha”, relatou Maria ao G1 após o ato. Desde a tragédia, o nome de Sarah vem sendo utilizado em diversas manifestações sociais pelo Brasil, inclusive na ocupação do prédio da antiga sede da Fepam por famílias afetadas pela enchente.


Giro de Notícias

Após as enchentes de maio, o governo do RS ainda não conseguiu mensurar danos às estações que monitoram chuva e rios no estado. Em outubro de 2023, 70 das 175 unidades hidrometeorológicas gaúchas não estavam funcionando.

Chegou a 179 o número de mortos em razão das enchentes. Óbitos causados pela leptospirose também aumentaram: ainda na semana passada, a doença já havia vitimado 25 pessoas no estado.

A Trensurb só deve voltar a operar no final de novembro em Porto Alegre. Na estação Canoas, a reabertura acontece hoje, com horário de funcionamento das 5h às 22h.

A propósito: usuários da Trensurb têm reclamado da demora no transporte rodoviário emergencial entre Porto Alegre e Canoas.

A preocupação com a perda do emprego cresceu entre os porto-alegrenses, conforme pesquisa dos Cartórios de Protesto do RS. O estudo mostra que 44% dos entrevistados já deixaram de pagar alguma conta em 2024, e 15% fizeram isso em razão das enchentes.

O RS perdeu em maio 22,2 mil postos de trabalho com carteira assinada. O maior número de fechamento de vagas encontra-se nas regiões metropolitana, na serra e nos vales do Sinos e do Taquari.

Falando em trabalho, esta semana começa com 471 vagas abertas em concursos no Rio Grande do Sul.

O setor de turismo no RS pode ter prejuízos de até 1,4 bilhão de reais caso o Aeroporto Salgado Filho continue fechado até o fim do ano. No PIB, o impacto pode ser de até 3,2 bilhões.

A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de venda de diplomas falsos de mestrado e doutorado em nome da UFRGS. Segundo a operação, os documentos seriam vendidos por 7 mil reais.

O TRE-RS descartou a possibilidade de adiamento das eleições municipais, mas existe preocupação com abstenções e evasão dos mesários provocadas pela migração climática.


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Federação Varejista do RS - Campanha Reergue RS - Marcas Gaúchas Sortimento Comunicação

Federação Varejista do RS – Campanha Reergue RS – Marcas Gaúchas – Sortimento Comunicação


Prefeitura de Porto Alegre, gestão Sebastião Melo, é um fracasso continuo

Não investiu na prevenção de enchente, não fez a manutenção necessária nas casas de bombas e rede pluvial, não agilizou a coleta de entulhos, não desentupiu bueiros, não planejou prevenções nem para chuva quanto mais para enchente.

Caos, avalizado por Vereadores aliados ao Paço. O prefeito foca seu trabalho pensando no futuro. Lança Escritório para Reconstrução e programa de captação de receita através do Reconstrução POA. Então, quais são as credenciais para Reconstruir a Capital Gaúcha pois o passado e presente mostram incompetência, omissão e negligencia com o cuidado da cidade.

O politico emedebista, cria bolsonarista, sabe pensar em dinheiro, não em ações. Quer dinheiro do Governo Federal a fundo perdido. Sim, perdido, pois qualquer valor repassado ao executivo de Porto Alegre será perdido em mais plano que beneficiará os mesmos de sempre, deixando novamente o cidadão desamparado. Simples, assim!

Sebastião Melo e seus aliados na Câmara não possuem qualificações para a Reconstrução de Porto Alegre. Graças aos projetos aprovados e descartados a cidade chegou onde está : na lama!

Eleitor prego – aquele que leva na cabeça

As gestões de Nelson Marchezan Jr (PSDB) e Sebastião Melo (MDB) na Prefeitura Municipal de Porto Alegre em parceria com aliados do Paço na Câmara de Vereadores negligenciaram a preservação e manutenção do DEP, diques e casas bombas. O executivo e maioria do legislativo municipal, negacionistas, atuaram e continuando atuando contra o meio ambiente. O prejuízo causado ao comércio varejistas, empresas e população é no mínimo 20 vezes o valor não investido em prevenção.

Não foi somente uma catástrofe climática, também é uma tragédia política que adota modelo de gestão que contempla os desejos, necessidades e interesses de alguns mesmo que isso represente perdas e prejuízos para a grande parte da população e empresários.

Será que os políticos e partidos que estão no Paço e suas bases no legislativo vão continuar ganhando do empresariado e do eleitor o apoio nas próximas eleições ? Financiar, manter apoio e reeleger e eleger políticos dos partidos envolvidos na tragédia é assumir a desqualificação de ‘eleitor prego’ – “aquele que leva na cabeça e afunda cada vez mais”.