Copom eleva a Selic em 1,50 p.p. para 10,75%

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Copom eleva a Selic em 1,50 p.p. para 10,75%

Conforme esperado, o Copom elevou a Selic mais uma vez em 1,50 pontos percentuais para 10,75%. O comitê destacou o risco de desancoragem das expectativas de inflação, que tiveram nova alta nas últimas semanas, e repetiu que deve continuar o ciclo de aperto para “território significativamente contracionista”, até que as expectativas estejam ancoradas na meta. No entanto, considerando o que já foi feito até agora, uma alta cumulativa na taxa de 8,75 p.p., e com efeitos que ainda não foram sentidos na economia, o Copom indicou que deve desacelerar o ritmo na próxima reunião, dependendo da evolução do cenário, o que poder ser mais um ajuste na Selic entre 0,50 e 1,00 p.p., em linha com nossa expectativa .

Copom revisou sua projeção de inflação de 4,7% para 5,4% em 2022

Considerando a Selic em 11,75% ao final de 2022, premissa do Focus, e dólar em R$5,45, a revisão conta com impacto maior na inflação dos preços monitorados, provavelmente por estimativas de novos reajustes dos combustíveis. O Copom manteve a sua visão dos riscos de baixa para a inflação, como a possibilidade de uma reversão na alta das commodities em reais, mas não considerou o melhor cenário de chuvas que pode reduzir o custo da energia ainda esse ano. Por outro lado, o risco fiscal, apesar dos indicadores melhores, ainda tem impacto negativo nas expectativas e na trajetória da inflação. No entanto,avaliamos que, com a contração fiscal observada na prática, e a atual previsão do teto de gastos definida no orçamento aprovado para 2022, o risco de um estímulo adicional na demanda impactar a inflação é limitado nesse momento.

Risco no cenário de atividade e próximos passos

O Copom segue minimizando o impacto da contração monetária na atividade. Os dados recentes de atividade indicam uma estagnação do PIB no 4º trimestre de 2021 e a possibilidade de nova queda no 1º trimestre de 2022. A nova queda na confiança do consumidor e do empresário em janeiro, a estagnação da massa salarial, mesmo com a redução maior do desemprego, e os sinais de desaceleração do crédito já refletem efeitos iniciais do aperto monetário. Mas como colocado no comunicado, os efeitos cumulativos das altas já aplicadas na taxa ainda não foram sentidos no horizonte relevante, que passa a levar em consideração também o ano de 2023. Com isso, o Copom indicou que deve reduzir o ritmo de ajuste na próxima reunião, sem se comprometer com uma meta definida de antemão. Acreditamos que a evolução do cenário de atividade mais fraca, combinado com a manutenção de positivos resultados fiscais nesse início de ano, possam indicar que março poderá ser o fim do atual ciclo de aperto monetário.


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