Agropecuária Notícias e Indicadores 15.09.21 : frango, suíno e açúcar em alta e boi gordo, café e milho em queda

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O preço da arroba do boi gordo teve queda de quase 2,5%, na quarta-feira (15.09.21), em São Paulo, sendo comercializada a R$ 303,10. Em Belo Horizonte (MG), o preço da arroba do boi gordo também teve queda de mais de 2%, com venda a R$ 292,50. Em Goiânia (GO), a arroba do boi gordo é vendida a R$ 288,50 e em Cuiabá (MT), a R$ 280,50.

O preço do quilo do frango congelado teve alta de quase 0,5%, sendo comercializado em São Paulo a R$ 8,41. Em Santa Catarina e em Porto Alegre, o quilo do frango congelado é cotado a R$ 8,10.

O preço da carcaça do suíno teve forte alta de 8,5%, em São Paulo, com venda a R$ 10,20 o quilo. No Paraná, o quilo da carcaça do suíno é comercializado a R$ 9,40 e, em Santa Catarina, a R$ 9,50.

O preço da saca de 60 quilos do café arábica teve queda de 0,5%, em São Paulo, com venda a R$ 1.063. O preço da saca de café robusta teve alta de pouco mais de 1%, com venda a R$ 745,89.

O valor da saca do açúcar cristal teve alta de quase 0,5%, em São Paulo, sendo comercializada a R$ 142,61. Em Ribeirão Preto (SP), a saca do açúcar bruto é vendida a R$ 142, a R$ 143 no Triângulo Mineiro e a R$ 145 em Maringá (PR). 

O preço da saca do milho teve queda de quase 0,5%, sendo comercializada a R$ 93,60, em São Paulo. Em Rio Verde (GO), a saca do milho tem cotação de R$ 83; em Erechim (RS) a R$ 95 e em Cascavel (PR) a R$ 92.

Os valores são do Canal Rural e Cepea.
Fonte: Brasil 61

Novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para as culturas do pessegueiro e da nectarineira identificou outras áreas em que essas culturas podem ser cultivadas

O documento indica as áreas e períodos de menor risco climático para essas culturas no País e define as regiões mais indicadas para o cultivo, de maneira a reduzir perdas e garantir rendimentos mais elevados. Elaborado com base em estudos da Embrapa Clima Temperado (RS) e da Embrapa Informática Agropecuária (SP), o novo Zarc foi publicado em setembro 2021pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Pela primeira vez nessas culturas, foi empregada metodologia unificada para ampliação das avaliações em todo o Brasil.

O zoneamento identificou três regiões de altitudes elevadas que, em sistemas irrigados, apresentaram condições agroclimáticas de baixo risco (até 20%), mas que atualmente não possuem cultivo. No Mato Grosso do Sul, o município de referência é Ponta Porã, na Serra de Maracaju (600 m de altitude). Em Goiás, na região do Planalto Central (800m a 1.000m), a área favorável segue um eixo sul-norte, desde Cristalina até Alto Paraíso de Goiás, incluindo também o Distrito Federal. Já na Bahia, se destacam os municípios de Piatã e Mucugê, na Chapada Diamantina (1.000m).

Ressalva importante

O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária também responsável pela agrometeorologia e geoprocessamento do zoneamento, Ivan de Almeida, ressalta, no entanto, que o documento indica regiões potenciais para o cultivo comercial apenas com base no clima e na disponibilidade hídrica. Segundo ele, outros fatores também precisam ser considerados para o bom desenvolvimento do pomar e para o sucesso econômico da propriedade, como perfil do produtor, nível de tecnologia empregado e acesso a mercados. “Por mais que as questões ambientais demonstrem que há potencial, há ainda o fator humano. É preciso ponderar com cuidado antes de iniciar qualquer empreendimento”, alerta.

No caso do pessegueiro e da nectarineira, o principal fator de risco é a deficiência hídrica, que pode retardar ou reduzir o pegamento das mudas transplantadas durante o início do ciclo vegetativo.

Critérios observados na avaliação de risco

Para elaboração do Zarc foram considerados como fatores de risco a possibilidade de deficiência hídrica, de calor e frio intenso durante a floração, de geada na fase de floração e de crescimento inicial do fruto, e de baixa disponibilidade de frio na fase de dormência. As avaliações consideram dados de séries históricas de cada região relativas a volumes de chuvas e a temperaturas máximas e mínimas coletadas por instituições brasileiras de pesquisa, ensino e extensão, bem como pelos próprios produtores.

No caso da disponibilidade hídrica, foram considerados dados de precipitação de chuvas dos últimos 30 anos; evapotranspiração de referência da cultura – ou seja, os níveis de perda de água por evaporação e transpiração das plantas; água disponível no solo; e Índice de Satisfação das Necessidades de Água (ISNA) para cada fase de interesse da cultura e para cada estação pluviométrica.

Com relação às avaliações de riscos térmicos, foram considerados critérios como ocorrência de geadas, temperaturas muito baixas ou temperaturas muito elevadas. Embora a cultura do pessegueiro tenha uma exigência mínima de frio para seu desenvolvimento, temperaturas muito baixas podem causar danos ao tecido das plantas, principalmente das flores e frutos, com possibilidade de impacto na produção.

Temperaturas altas, por outro lado, podem causar danos como abortamento de flores e redução de frutificação. A sensibilidade, em ambos os casos, varia conforme o momento de desenvolvimento da planta. A faixa de temperatura para cultivo economicamente viável é em torno de 24°C no período de vegetativo, de até 20°C no período de dormência, e de 25°C a 30°C, com amplitude térmica grande e alta insolação, no período próximo à colheita.

Cultivo de pêssego e nectarina no Brasil

O pessegueiro e a nectarineira são parentes próximos, pois pertencem à mesma espécie Prunus persica L. De modo geral, plantas dessa espécie se desenvolvem e produzem bem em vários tipos de solos, com exceção daqueles com risco de encharcamento e deficiência de drenagem. O excesso de umidade é prejudicial durante todo o ciclo da cultura, sendo mais crítico na floração e maturação.

Com relação às chuvas, dependendo da região, as plantas necessitam de precipitação em torno de 700 mm, distribuídas ao longo de seu desenvolvimento. O cultivo não é indicado para regiões com períodos de chuvas muito prolongados, que propiciam o aparecimento de doenças, sendo a podridão parda a principal delas.

Na safra 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cultura do pessegueiro ocupou uma área de cerca de 16 mil hectares no País, com produção estimada em 183 mil toneladas. A produtividade média girou em torno de 11,4 mil quilos por hectare.

O estado do Rio Grande do Sul detém a maior área plantada e a maior produção: 11,8 mil hectares e 110,2 mil toneladas colhidas, com destaque para o cultivo de pêssego para a indústria. São Paulo fica em segundo lugar, com 1,5 mil hectares e 32,9 mil toneladas colhidas, com foco na produção de mesa. Na sequência, os maiores produtores são Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo, respectivamente.

Com relação à nectarineira, os dados do IBGE mais recentes, de 2017, apontam área colhida de 355 hectares, com produção estimada em 4,2 mil toneladas. No Brasil, a cultura do pessegueiro é a mais importante e está presente em cerca de cinco mil estabelecimentos rurais, enquanto a nectarineira é cultivada em número de propriedades quase 20 vezes menor: cerca de 280 estabelecimentos. O estado de Santa Catarina é o maior produtor de nectarinas, com 2,1 mil toneladas colhidas.

Metodologia mais abrangente

O último Zarc pêssego fora publicado pelo Mapa em 2011 e revogado em 2018. Ao longo dos anos, várias entidades realizaram estudos específicos para seus respectivos estados.

O estudo realizado pela Embrapa Clima Temperado em 2002 para o Rio Grande do Sul, por exemplo, não considerava riscos hídricos, apenas de temperatura. Além disso, algumas das cultivares recomendadas eram diferentes das atuais. De forma geral, o estudo recomendava o cultivo com base em oito regiões climáticas do estado, o que demandava atualização anual para inserção, em cada região, das novas cultivares lançadas pelos programas de melhoramento.

Com a nova metodologia, em vez de limitar a recomendação das cultivares apenas por região, de acordo com a disponibilidade de Horas de Frio (HF), o novo zoneamento trabalha não apenas com a exigência de frio das cultivares registradas, mas também com suas datas médias de floração – momento que baliza a ocorrência das demais fases da planta. Assim, é possível cruzar as exigências hídricas e de temperatura de cada fase da planta com os dados médios de cada região, estabelecendo níveis de risco para cada fase.

De forma mais abrangente para contemplar todo o País, o zoneamento definiu como regiões de alta disponibilidade de frio (superior a 450 HF) aquelas com temperatura mínima média no mês de julho inferior a 10º C; regiões de média disponibilidade de frio (de 200 a 450 HF) com temperatura entre 10º C e 14º C; e regiões de baixa disponibilidade de frio (de 75 a 200 HF) com temperatura entre 14º C e 15º C. São consideradas impróprias regiões com temperatura mínima média do mês de julho superior a 15º C.

A elaboração do material contou com a participação da cadeia produtiva e de representantes de entidades de pesquisa, ensino e extensão. Para isso, foram realizadas reuniões técnicas para definição da metodologia de execução do zoneamento e, posteriormente, para validação dos resultados.