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Banco Central aumenta taxa Selic para 6,25% a.a e anuncia nova alta na próxima reunião
Em linha com o esperado, a Selic subiu de 5,25% para 6,25% a.a. Para a próxima reunião, o BC espera novamente uma alta de 1,00 p.p. e segue com o plano de chegar a uma taxa de juros em nível contracionista, para assegurar a convergência da inflação para a meta. O comunicado ressalta ainda que o cenário é de bastante incerteza e que a política monetária pode ser ajustada dependendo da evolução do balaço de risco.
O Copom atualizou seu cenário de inflação e espera IPCA de 8,5% em 2021 e 3,7% em 2022, considerando a Selic em 8,25% ao final de 2021 e dólar em R$5,25. O risco baixista para a inflação permanece sendo a possibilidade de uma reversão na alta das commodities. O Copom destaca que o cenário internacional está mais desafiador, com o
menor crescimento dos países asiáticos devido ao impacto da variante Delta e a expectativa do fim dos estímulos nas principais economias, fatores que podem de fato contribuir para a queda das commodities. Por outro lado, o risco fiscal, apesar dos indicadores recentes melhores, ainda pode ter impacto negativo nas expectativas de inflação.
Próximos passos
Com o risco inflacionário atual, o Copom indica uma nova alta de 1 p.p. na próxima reunião e espera que a taxa deva subir para nível contracionista. Apesar de uma aceleração no ritmo de alta ter sido especulada pelo mercado, o Copom entende ser adequado manter o nível de ajuste atual e acompanhar a evolução do cenário e o grau de persistência dos choques.
A expectativa do BC de inflação em 3,7% para 2022 deve permitir que o Copom encerre o ciclo de altas em dezembro e acreditamos que a Selic em 8,25% já seria compatível com o patamar contracionista. A desaceleração mais acentuada da atividade, com as recentes revisões negativas de crescimento para 2022, pode fazer parte das próximas avaliações de cenário do Copom e tende a contribuir para a convergência mais rápida da inflação para meta.
Nos EUA, Fomc mantém juros em 0%
Após a reunião do comitê de política monetária americano, o Fed anunciou o fim do programa de recompra de títulos em breve, possivelmente já em novembro. O anúncio veio em linha com o esperado pelo mercado, mas o tom do comunicado foi um pouco mais hawkish, ou seja, o Fed está mais confiante no crescimento econômico e mais preocupado com a inflação em alta.
Segundo o presidente do Fed, Jeremy Powell, o tapering, a redução dos estímulos monetários, pode começar já a partir da próxima reunião em novembro, finalizando o programa em meados de 2022. As expectativas de alta de juros pelos membros do comitê também foram antecipadas, agora cerca de metade dos participantes já esperam a primeira alta de juros até o final 2022. A redução gradual dos estímulos é importante passo para a normalização da política monetária e o controle da inflação que está em 5,3% ao ano, bem acima da meta de 2%.
Material preparado pelo Banco Inter S.A. e destina-se à informação de investidores