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FecomercioSP : sem auxílio emergencial varejo paulista deve deixar de faturar 2,6% em 2021
Setor perdeu 60 mil empresas e 400 mil empregos ao longo do ano passado, mesmo em um cenário de estabilidade nas receitas por conta do benefício federal
Sem o auxílio emergencial do governo federal, que se encerrou em dezembro, o varejo paulista vai deixar de faturar, em média, cerca de R$ 4,1 bilhões por mês neste ano, mostra um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em outras palavras, o setor vai registrar uma retração de 2,6% nas vendas médias em 2021 em comparação ao ano passado.
O impacto negativo se explica pelo fato de as famílias paulistas que receberam o benefício terem destinado 65,7% dessa renda para consumirem bens e produtos do varejo, fazendo com que essa soma chegasse a R$ 32,4 bilhões no varejo ao final de 2020.
Pelos dados, o faturamento total do varejo paulista em 2020 foi de R$ 779,9 bilhões, com média mensal de R$ 65 bilhões – um aumento de 1,6% em relação a 2019. Este ano, porém, já sem o auxílio, a previsão é que o setor fature R$ 747,5 bilhões, com média mensal de R$ 60,9 bilhões, isto é, uma queda de 2,6% em comparação ao ano passado.
O cenário é ainda pior considerando o varejo brasileiro: neste, o fim do auxílio emergencial vai representar uma retração de 11,7% em comparação com 2020, quando o faturamento do setor ficou em R$ 2,06 trilhões (média de R$ 172,2 bilhões por mês). Para este ano, a expectativa é que os varejistas do país faturem R$ 1,87 trilhões, com uma média de R$ 147,8 bilhões por mês.
Isso porque, no caso do País, as parcelas de R$ 600 e depois R$ 300 pagas pelo governo federal às famílias mais pobres injetaram R$ 196,4 bilhões no varejo. Em outras palavras, de tudo o que foi distribuído pelo auxílio, 68,3% foi destinado ao consumo varejista.
Varejo perde empresas e empregos em 2020
Apesar do faturamento não ter ficado abaixo em comparação com 2019, as medidas adotadas em meio à pandemia impactaram significativamente a estrutura do varejo do Estado de São Paulo, que perdeu cerca de 60 mil empresas ao longo do ano passado, aponta a FecomercioSP. Em um contexto de normalidade, o setor teria, hoje, 410 mil empresas, mas fechou o ano passado na marca de 350 mil – uma redução de 14%. O número representa, principalmente, aumento do desemprego no Estado: com menos agentes no mercado, o volume de pessoal ocupado caiu cerca de 16%, indo de 2,5 milhões de postos ativos de trabalho para 2,1 milhões.
Em todo o País, o contingente de pessoas trabalhando diminuiu em 1 milhão ao longo de 2020 – de 8,7 milhões de pessoas para 7,7 milhões –, resultado do fechamento de cerca de 200 mil empresas durante o ano passado. Hoje, o setor registra cerca de 1,1 milhão de organizações operando no Brasil.
Para a Federação, parte dos impactos negativos sobre a estrutura varejista se explicam pelas ações adotadas para controlar a pandemia de covid-19, como as restrições de circulação de pessoas e o fechamento de lojas físicas durante a primeira metade do ano.
Apoio da Federação ao modelo econômico
A FecomercioSP tenta ‘forçar’ a continuidade do auxílio emergencial para atender necessidades e desejos de 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos. A questão social, a importância do benefício para as pessoas em vulnerabilidade social e econômica não são em nenhum momento pela Federação, que apoia o atual Ministro da Economia, Paulo Guedes, aquele que trabalhou para aprovação de um auxílio de 200 reais.
A Federação poderá ter pedido negado por Guedes e dar um ‘tiro no pé’ com a criação de imposto para dar cobertura financeira ao pagamento do auxílio emergencial. É o Ministro que aprovam trabalhando contra.
É lamentável que líderes empresariais do comércio, serviços e até da indústria apoiem para administrar a economia do país, pessoas que faliram bancos e gerenciaram instituições financeiras negociadas e extintas. Quando teremos um Ministro da Economia oriundo do segmento produtivo, com ‘talco de chão de fábrica’ e ‘calo na barriga de balcão’ e com foco na geração de riqueza através da produção e venda ? Até quando vão apoiar engravatados do ar condicionados, apostadores e oriundos da especulativa área financeira ?