Brasileiros ainda não resgataram R$ 8,4 bilhões de valores a receber

Brasileiros ainda não retiraram, até o final de maio, R$ 8,4 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, conforme divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (5). Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já restituiu R$ 7,13 bilhões, dos R$ 15,49 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.

A maioria das pessoas e empresas que ainda não efetuaram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores de até R$ 10 correspondem a 63,6% dos beneficiários. Quantias entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 24,86% dos correntistas. Já valores entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,77% dos clientes. Apenas 1,77% têm direito a valores superiores a R$ 1 mil.

O economista Cesar Bergo aponta que, ao receber um valor não esperado, como o do SVR, é “importante” realizar primeiro o pagamento de dívidas.

“Não existe investimento no mercado financeiro que te dá um retorno maior do que pagar a dívida, então essa é a primeira função. Você também tem que ter atenção com as taxas de juros praticadas pelos brancos. Então, fique atento a isso e tente fazer uma negociação. Uma vez que você pagou suas dívidas, você faz uma reserva de dinheiro” explica.

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Até o final de maio, 21.266.542 beneficiários haviam resgatado valores. Este número, no entanto, representa apenas 32,27% do total de 65.896.646 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Dos que já retiraram valores, 19.819.974 são pessoas físicas e 1.446.568 são empresas. Entre os que ainda não realizaram o resgate, 41.284.748 são pessoas físicas e 3.345.356 são pessoas jurídicas.

Golpes

Lucas Karam, advogado especialista em crimes cibernéticos, alerta o correntista para ter cuidado com golpes envolvendo o SVR.

“Para saber se o site para resgate de valores é realmente o canal oficial disponibilizado pelo Banco Central, analise sempre o final do hiperlink do domínio. Os sites governamentais não possuem o final ‘.com.br’, mas sim ‘.gov.br’. Trata-se de um domínio exclusivo do governo e os criminosos não conseguem falsificar sites colocando esse domínio”, informa.

Ele explica que, para evitar cair em golpes de estelionatários, o correntista deve ignorar qualquer tipo de contratação realizada via telefone, e-mail ou SMS. O especialista recomenda sempre buscar os canais oficiais governamentais validados com o domínio gov.br, para que assim seja possível contatar os números oficiais disponibilizados no site.

“Dessa forma, você evitará uma das principais estratégias dos criminosos, que é a contratação e persuasão, para que você realmente venha depositar valores para eles. Além disso, é muito importante possuir um antivírus atualizado em seu computador ou em seu celular Android. Esses antivírus possuem mecanismos para bloquear acesso à páginas maliciosas, que somente possuem objetivo de coletar informações dos usuários para aplicação de golpes”, completa.

Como consultar os valores?

Segundo o SVR, é possível consultar seus valores ou de pessoas falecidas (nesse caso, você precisa ser herdeiro, testamentário, inventariante ou procurador).

Para consultar os valores a receber é necessário acessar o site do SVR e preencher as seguintes informações:

  • CPF ou CNPJ
  • Data de nascimento

Após isso, é preciso fazer o login com a conta gov.br (nível prata ou ouro*), clicar em “MEUS VALORES A RECEBER” e aceitar o termo de ciência.

Caso a instituição que deve devolver o valor tenha assinado o Termo de Adesão com o BC, basta indicar sua chave Pix no SVR. Caso contrário, é necessário entrar em contato com a instituição para combinar a forma e o prazo de devolução.

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