Tireoide
A tireoide controla muitas funções do organismo e, por isso, é preciso ficar atento aos sinais de que algo pode estar errado
Para investigar se o organismo possui algum desequilíbrio hormonal, como o relacionado com a tireoide, o médico durante a consulta, solicita um check-up ao paciente, e entre os exames solicitados está o de TSH. Segundo o endocrinologista André Vianna do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), esta é a melhor maneira de saber se a glândula tireoide está funcionando bem. “Como os sintomas de hipo ou hipertireoidismo são facilmente confundidos com os sintomas de outras condições, a melhor maneira é dosar o hormônio TSH”, explica o especialista.
A tireoide é uma glândula em formato de borboleta, que fica localizada na base do pescoço, à frente da traqueia e abaixo da cartilagem conhecida como pomo-de-adão. É responsável por produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), além de regular a função de importantes órgãos – como o coração, o cérebro, fígado e rins. “ A glândula produz hormônios que são importantes para o metabolismo de todas as células do corpo, podendo interferir de maneira positiva ou negativa no funcionamento de todos os órgãos”, relata o médico.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso ou em quantidade insuficiente. “No hipertireoidismo, que é o excesso da liberação de hormônios, o paciente pode apresentar irritabilidade, emagrecimento, alterações nos olhos, sudorese, taquicardia, arritmias cardíacas, insônia, e outros sintomas”, alerta o médico. Já quando o paciente é diagnosticado com hipotireoidismo, a falta de hormônios da tireoide, pode causar inchaço, ganho de peso, lentidão do pensamento e do raciocínio, mal funcionamento do ritmo intestinal, alteração nas unhas, cabelos e pele, aumento de colesterol entre outros diversos sintomas. “Muitas pessoas diagnosticadas e tratadas com depressão, apresentam hipotireoidismo que pode causar sintomas muito semelhantes da doença”, diz o endocrinologista.
Problemas relacionados com o funcionamento da tireoide,são mais comuns de ocorrerem depois dos 35 anos, e com maior frequência em mulheres. Para cada paciente homem, por exemplo, existem pelo menos oito mulheres com algum tipo de alteração nessa glândula.
O endocrinologista explica que as principais causas de hipotireoidismo e hipertireoidismo são as doenças autoimunes. No hipotireoidismo, a doença conhecida como tireoidite de hashimoto, provoca a destruição gradual da glândula, pelo próprio sistema imune do organismo. “Não se sabe ao certo o que desencadeia esse processo, mas ele é mais comum em mulheres e pode acontecer em pessoas da mesma família”, afirma o médico. “Já no hipertireoidismo os anticorpos, antes de destruírem a glândula, provocam um estímulo excessivo para a produção de hormônios que pode durar muitos anos”, complementa o médico.
Tratamento
Em ambos os casos o tratamento deve ser realizado assim que o paciente é diagnosticado. No hipotireoidismo, deve ser feita a reposição do hormônio que a tireoide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons. No hipertireoidismo, o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia e depende das características e causas da doença. Deve começar logo e ser prescrito, principalmente na terceira idade, a fim de evitar a ocorrência de arritmias cardíacas, hipertensão, fibrilação, infarto e osteoporose.
Autoexame
Um dos problemas mais frequentes da tireoide são os nódulos, que não apresentam sintomas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas isso não significa que sejam malignos. Apenas 5% dos nódulos são cancerosos. Porém o reconhecimento deste nódulo, pode salvar a vida da pessoa e o autoexame, é muito importante. O exame deve ser realizado da seguinte maneira: