Coronavírus no Brasil : Mais de 45 mil mortes, SBP não recomenda uso da cloroquina e hidroxicloroquina e novos leitos de UTI exclusivos para COVID-19

Coronavírus no Brasil e no Mundo
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Coronavírus no Brasil

Coronavírus no Brasil : Mais de 45 mil mortes, SBP não recomenda uso da cloroquina e hidroxicloroquina e novos leitos de UTI exclusivos para COVID-19

MINISTÉRIO DA SAÚDE : Nas últimas 24h, a pasta registrou 34.918 casos novos do coronavírus e 1.282 casos de mortes nos sistemas oficiais do Governo do Brasil, sendo que a maior parte aconteceu em outros períodos. Do total, 472 óbitos foram confirmados nos últimos três dias. Em relação aos óbitos, são 45.241 confirmações, conforme Boletim de terça-feira (16.06.20). Há 4.047 casos em investigação.

SBP reitera: não é recomendado o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 em crianças

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) veio a público novamente na terça-feira (16.06.20) reiterar, em nota, que não há evidências científicas consistentes e reconhecidas na literatura médica quanto ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de sinais e sintomas de Covid-19 em crianças e adolescentes. O alerta veio um dia após o Ministério da Saúde informar que ampliará as orientações de uso do medicamento para o tratamento precoce dessa doença em dois perfis de pacientes: crianças e gestantes.

De acordo com a nota, a ausência dessas evidências sólidas impede o uso seguro dessas drogas, seja por que não há confirmação sobre seus efeitos terapêuticos positivos contra a Covid-19, seja por que ainda não foram mensurados com exatidão seus possíveis efeitos colaterais.

A presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, disse que a posição adotada pela instituição dialoga com a da FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência que atua como a Anvisa nos Estados Unidos. Também na segunda-feira (15), ela revogou a permissão concedida em 28 de março para uso cloroquina e hidroxicloroquina em tratamento de pacientes com Covid-19. O órgão regulador americano declarou que “não é mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e de cloroquina possam ser eficazes”.

RECOMENDAÇÃO ANTERIOR – A SBP, em 29 de maio, já havia divulgado amplamente essa recomendação semelhante, que se estende a pacientes com diferentes quadros: desde os que relatam sintomas leves até os que desenvolvem manifestações graves, estando sob cuidados em leitos de internação ou de unidades de terapia intensiva (UTIs).

A nota reforça que o uso de cloroquina e de hidroxicloroquina também não possui efeito profilático confirmado. Ou seja, não devem ser recomendado como medida preventiva para evitar contaminação pelo novo coronavírus. Não há trabalhos científicos reconhecidos que apontem essa possibilidade.

Segundo o presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP, dr. Marco Aurélio Sáfadi, as informações técnicas disponíveis sobre a interação desses medicamentos com a COVID-19 ainda são escassas, sobretudo em relação à população pediátrica.

RESPALDO TÉCNICO – “Essa falta de embasamento impede que o médico receite a cloroquina de forma confortável e segura, com base numa avaliação equilibrada entre riscos e benefícios. Sem dados robustos e o devido respaldo técnico, a utilização de qualquer remédio se torna uma espécie de experimentação, que pode trazer mais problemas do que melhorias à saúde”, destaca.

Ele ressalta ainda que a prescrição desses medicamentos deve ficar restrita aos pacientes que fazem parte estudos clínicos que seguem as regras da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Para Sáfadi, a prevenção e o combate à Covid-19, no Brasil, devem ser conduzidos à luz do que a Ciência tem orientado para não expor a população e os profissionais da saúde a situações de risco.

“Neste sentido, recomenda-se a manutenção das medidas de restrição de contato social e de reforço à higienização, reconhecidas, até o momento, como as mais eficazes no que se refere à prevenção. De modo complementar, os gestores devem aguardar a conclusão de estudos que ainda estão em andamento para identificar drogas e abordagens terapêuticas com chances efetivas de sucesso no tratamento de pacientes com Covid-19”, sinaliza.

Brasil tem 8.674 leitos de UTI exclusivos para COVID-19 habilitados. Governo Federal investiu R$ 1,24 bilhão para custeio desses leitos

O Ministério da Saúde habilitou na segunda-feira (15.06.20) mais 84 leitos de UTI exclusivos para pacientes graves e gravíssimos do coronavírus, sendo 5 pediátricos. Desta vez, a população de três estados brasileiros recebeu o reforço do Governo Federal no combate à pandemia: Rio de Janeiro (59), Roraima (15) e São Paulo (10). O aporte federal foi de R$ 12 milhões. Com essas novas habilitações, o Brasil passa a contar com 8.674 leitos de UTI exclusivos para COVID-19, habilitados desde o início de abril. São 8.423 leitos de UTI adultos e 251 leitos de UTI pediátrica. Ao todo, já foram injetados R$ 1,24 bilhão, em parcela única, para estados e municípios custearem esses leitos pelos próximos 90 dias ou enquanto houver necessidade em decorrência da pandemia.

Os recursos são repassados no ato da publicação das portarias que autorizam as habilitações dos leitos no Diário Oficial da União. Cada leito recebe o dobro do valor normal do custeio diário para leitos de UTI, passando de R$ 800 para R$ 1.600. São leitos exclusivos para pacientes graves ou gravíssimos com coronavírus. Os gestores dos estados e municípios contemplados recebem o valor antes mesmo da ocupação do leito. Desde o início do ano, o Ministério da Saúde enviou R$ 48,8 bilhões a estados e municípios para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, sendo R$ 9,5 bilhões voltados exclusivamente para combate ao coronavírus.

Para solicitar a habilitação, basta que estados e municípios enviem um ofício ao Ministério da Saúde solicitando a abertura desses leitos. Os critérios para habilitações são bem objetivos e simples, para dar celeridade e legalidade na publicação de portaria habilitando leitos e transferir o recurso necessário o mais rápido possível.

EQUIPAMENTOS, INSUMOS E MEDICAMENTOS
O Ministério da Saúde comprou e distribuiu 11,3 milhões unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus. São 2,9 milhões de comprimidos de Cloroquina e 8,4 milhões de cápsulas de Oseltamivir. Todos os estados brasileiros contam com um reforço de 115,2 milhões de equipamentos de proteção individual enviados pelo Governo para auxiliar na proteção dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente no atendimento à COVID-19. São máscaras, máscaras N95, sapatilhas e toucas, óculos e protetores faciais, litros de álcool em gel, luvas entre outros. A pasta fez a entrega de mais de 10,6 milhões de testes para diagnóstico do coronavírus, sendo 3,1 milhões de testes RT-PCR e 7,5 milhões de testes rápidos. O Governo Federal comprou e distribuiu 79,9 milhões de doses da vacina contra influenza, que ajuda a diminuir casos de gripe e síndromes respiratórias no meio dos casos de coronavírus.