Notícias enchente no Rio Grande do Sul : boletim das 14h

Notícias Enchente no Rio Grande do Sul - Sortimento Porto Alegre

Notícias enchente no Rio Grande do Sul : boletim das 14h

  • Prefeito Sebastião Melo, sugere : “Quem tem casa na praia, tente ir”. “O dique da FIERGS não rompeu. Repito, não rompeu! Ele está extravasando”, afirmou. “Eu fui pessoalmente, verificar”.
  • Aulas municipais e das escolas privadas estão suspensas até quarta-feira
  • Colapso total : possibilidade de falta de luz e água na Capital gaúcha . 70% da cidade está sem abastecimento d’agua
  • Centro de São Leopoldo alagado

Atualização do Nível do Guaíba, às 13h, de 05/05
Cota atual: 5,3m | Altura do Muro da Mauá : 6 metros | Cota de Inundação: 3m

Informação obtida às 10h15min por meio da régua da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura e Agência Nacional de Águas.

Análise do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS indica que nível deve se manter em torno de 5 m pelo menos até segunda e baixar lentamente ao longo da semana


Boletim da Defesa Civil do RS informa que 75 mortes. Além dos 75 há mais 6 óbitos sendo apurados para confirmar se ocorreram em decorrência da enchente ou não. 103 pessoas estão desaparecidas e 155 ficaram feridas. O número de municípios atingidos é de 334. Mais de 700 mil pessoas foram afetadas pela enchente.


A Defesa Civil de Porto Alegre participou de mais de 4 mil resgates entre a sexta-feira, 3, e este domingo, 5. O órgão recebeu 1,6 mil ocorrências no período. Os atendimentos ocorrem de forma integrada com Corpo de Bombeiros, Exército e voluntários.

A Prefeitura de Porto Alegre implantou um serviço para agilizar a comunicação com as vítimas da enchente que atinge a cidade. Desde a tarde de sábado (4) o WhatsApp do 156 tem um atendimento específico para emergências de risco de morte na opção número 1 do menu principal. 

Quando este número for acionado, o morador terá contato direto com um atendente humano, que irá colher informações e fará o encaminhamento direto para a Defesa Civil Municipal. O objetivo é facilitar a comunicação para agilizar eventuais resgates. 

Neste momento de crise climática, a prefeitura recomenda que o WhatsApp do 156 seja utilizado para as emergências relacionadas com a enchente. Outros pedidos de serviços de zeladoria, como podas de árvores, serviços de água, entre outros, podem ser solicitados pelo 156 

Porto Alegre e região metropolitana viveram cenas de guerra no sábado

Botes cheios de pessoas aportando próximo ao Gasômetro, filas de pessoas caminhando com água pelo joelho e seus pertences sobre os ombros, centenas buscando abrigos. O pânico seguiu o curso das águas: depois da situação crítica vivida na região do Taquari, os esforços de resgates se concentraram na capital gaúcha e seu entorno, região onde os leitos dos rios Jacuí, Sinos, Gravataí e Guaíba foram acumulando ao longo da madrugada, a ponto de o Guaíba superar, ainda na noite de sexta-feira, a marca histórica da enchente de 1941.

Passado o pior no Vale do Taquari, o foco das autoridades de resgate é a região metropolitana da capital, informou o ministro Paulo Pimenta à rádio Gaúcha, no final da tarde. Segundo ele, o salvamento está praticamente concluído naquela região. Quase 10 mil pessoas já foram salvas em todo o estado, que infelizmente contabiliza cada vez mais mortos. Até o momento, o estado registra 55 óbitos relacionados às enchentes de acordo com a Defesa Civil; outras sete mortes são investigadas. Além disso, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas.

Mais de 82 mil pessoas estão fora de casa, sendo 13,3 mil em abrigos e 69,2 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510,5 mil pessoas.

Canoas evacua hospital e tem mais de 7,5 mil fora de casa

Em Canoas, mais de 7,5 mil estavam abrigados no início da noite. Com mais de 50 mil pessoas em áreas de risco, a prefeitura orientou a evacuação de 11 bairros do lado oeste da cidade e que buscassem abrigos em locais mais altos. Com ajuda de voluntários, o poder público realizou resgates com embarcações. Aeronaves do governo estadual e das Forças Armadas auxiliaram na busca de pessoas que ficaram presas nos telhados das residências.

As enchentes levaram também à evacuação do Hospital de Pronto Socorro da cidade durante a tarde. A prefeitura montou uma central de recebimento de doações, na loja Cassol Centerlar, localizada na avenida Farroupilha, 5775, no bairro Mal. Rondon. Pedidos de resgate em Canoas devem ser feitos pelo telefone (51) 9 8255-0947.

Outras cidades

Assim como em Canoas, centenas tiveram de deixar suas casas em Eldorado, município de 38 mil habitantes que foi praticamente todo inundado pelo Rio Jacuí, na região do delta. Supermercados, postos de gasolina, casas e empresas estão alagadas. Moradores foram encaminhados para Guaíba, onde cerca de 2,5 mil foram acolhidos.

Com estimativa de 100 mil pessoas afetadas, São Leopoldo decretou situação de calamidade pública. A elevação do Rio dos Sinos, com rompimento em trecho de um dique, alagou bairros inteiros. Cerca de 4 mil pessoas foram acolhidas em pontos disponibilizados pelo município; mais de 800 foram recebidos na Unisinos, que reforça a necessidade de doações de colchões e comida.

Ajudar as pessoas a se organizarem na busca por informação confiável e relevante é um dos propósitos da Matinal. Criamos um serviço importante: reunimos em uma lista no X, antigo Twitter, os perfis que divulgam informações fundamentais para enfrentarmos essa crise.

Confirmando as piores projeções, o Guaíba ultrapassou a marca da inundação histórica de 1941, quando o nível das águas chegou a 4,75 metros e alagou parte do Centro Histórico de Porto Alegre – a marca foi batida na noite de sexta-feira (3/5/24). Agora à noite, chegou a 5,22cm, depois de ter apresentado oscilação para baixo.

Ao longo deste sábado, a Usina do Gasômetro concentrou ações de equipes de resgates aos moradores que ficaram presos na região das ilhas. Cerca de 15 embarcações, incluindo lanchas, botes e jet skis, auxiliaram nos resgates que eram feitos por bombeiros, soldados, policiais e voluntários.

Moradores de áreas mais críticas tiveram de sair às pressas de suas casas. Na zona norte, em volume repentino inundou rapidamente a Assis Brasil após aumento no vazamento de água do dique da Fiergs, que está sob risco de rompimento. O episódio surpreendeu moradores por volta das 16h deste sábado, que tiveram de evacuar. No bairro Humaitá, moradores deixaram seus lares a pé pelo canteiro central da avenida Farrapos – a região foi considerada por Melo como uma das mais graves para resgate da cidade.

No Menino Deus, o Parque Marinha registrou pontos de acúmulo de água, que chegou à rua José de Alencar, levando o Hospital Mãe de Deus a ser evacuado no início da noite de hoje. Com a ajuda de caminhões do Exército Militar e ambulâncias, os pacientes em estados mais graves estão sendo transferidos para outros hospitais da cidade – demais pacientes seguem internados na instituição que, a princípio, não será fechada.

Melo alerta para falta d’água e de oxigênio em hospitais

“Nós teremos um problema sério de abastecimento de água em Porto Alegre. Estamos trabalhando fortemente para recuperar, mas quando o Guaíba está muito alto, não conseguimos captar. Não dá para desperdiçar nenhum copo de água sequer em Porto Alegre”. Essa foi a declaração do prefeito Sebastião Melo em pronunciamento à imprensa, no final da manhã deste sábado.

Duas das seis estações de captação de água na capital estão funcionando, de acordo com o governo. Melo pediu que as pessoas evitem o desperdício nestes dias. A maior dificuldade, de acordo com o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos, Maurício Loss, é para religar o sistema São João, que abastece a zona norte. Mesmo o Centro Vida, que acolhe pessoas desabrigadas na região, já registra falta d’água.

“Se a estação do Belém Novo deixar de captar, aí sim vai parar tudo, pois não teremos mais de onde abastecer”, disse o prefeito. Melo também alertou para a possibilidade de acabar o oxigênio nos hospitais da cidade. Segundo ele, as instituições têm reservas apenas até segunda-feira e a dificuldade de acesso à cidade complica a chegada de novos volumes.

Aulas suspensas

Enquanto a emergência continua, as escolas da rede municipal de Porto Alegre seguirão sem aulas, nos dias 6 e 7 de maio. De acordo com a Smed, avisos em relação à novas suspensões serão comunicados em breve. Pelo mesmo motivo, as atividades presenciais em diversas universidades do estado estão suspensas: UFRGS, UFSM – nos campi de Santa Maria e Cachoeira do Sul –, e PUCRS devem ficar sem aulas durante a próxima semana.

Sete novos abrigos foram abertos pela prefeitura de Porto Alegre. Ao todo, 15 abrigos estão disponíveis para acolher a população.

As operações no aeroporto Salgado Filho estão canceladas por tempo indeterminado.

A Secretaria Nacional do Consumidor alertou o governo do RS para que as prefeituras fiscalizem a prática de preços abusivos em produtos como alimentos, água e remédios. Em razão disso, a prefeitura de Porto Alegre criou um canal para denunciar abusos pelo WhatsApp do 156.

  • A Defesa Civil do estado apela para que civis não utilizem drones em áreas de resgate, o que pode atrapalhar as equipes de salvamento aéreo.
  • A propósito, evite o deslocamento desnecessário até as áreas atingidas. Não custa sublinhar: o chamado “turismo de desastre” não é a melhor maneira de prestar solidariedade.
  • Presídios também ficaram ilhados no estado: ao menos seis casas prisionais já enfrentam problemas pelas enchentes. Em Charqueadas, atingida pela cheia do rio Jacuí, mais de mil detentos tiveram de ser transferidos.
  • Em todo o estado, aproximadamente 350 mil clientes sob responsabilidade das empresas RGE e CEEE Equatorial continuam sem luz.
  • Estima-se também que mais de 860 mil imóveis estavam sem abastecimento de água tratada no RS, até o fechamento desta edição.
  • Em um momento em que as informações para enfrentar as enchentes são fundamentais, a RBS TV saiu do ar em cerca de 12 municípios gaúchos.
  • O Grupo Record RS também passou por percalços: durante a semana, equipes da rádio Guaíba tiveram de ser evacuadas de prédio no Centro Histórico. Já o Correio do Povo teve a impressão do jornal suspensa com o alagamento do maquinário.