Porto Alegre Notícias : enchentes causam perda de R$ 7,4 bilhões no PIB do RS em maio, estima CDL POA

Porto Alegre Notícias : enchentes causam perda de R$ 7,4 bilhões no PIB do RS em maio, estima CDL POA

.| Sortimento Porto Alegre Notícias |. “Estudo da CDL Porto Alegre alerta para a queda do PIB gaúcho no mês de maio, em decorrência da enchente histórica que acometeu o Estado. Ao todo, estima-se uma perda de R$ 7,4 bilhões no período, em comparação ao mesmo mês de 2023. Em 2024, a expectativa é de que o recuo chegue a R$ 40,1 bilhões. O número decorre dos prejuízos avaliados nos setores agropecuário (R$ 7,3 bilhões), industrial (R$ 11,6 bilhões) e de serviços (R$ 21,2 bilhões).

De acordo com a metodologia empregada, o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank esclarece: “Encontramos os valores a partir da combinação de diferentes bases de dados capazes de sinalizar os canais de transmissão dos alagamentos para o PIB do RS. No caso do cálculo de impacto para o mês de maio, o Índice do Banco Central (IBC) e a arrecadação de ICMS foram fundamentais”.

Já o prognóstico para o ano incorpora estatísticas da CONAB para o segmento primário e contempla diferentes cenários para os setores secundário e terciário”. É importante lembrar que os números se referem apenas às movimentações (fluxos), e, portanto, não incluem danos ao patrimônio e aos estoques das pessoas físicas e jurídicas.



Prefeitura das gestões Nelson Marchezan Jr (PSDB) e Sebastião Melo (MDB) em parceria com aliados do Paço na Câmara de Vereadores negligenciaram a preservação e manutenção do DEP, diques e casas bombas. O executivo e maioria do legislativo municipal, negacionistas, atuaram e continuando atuando contra o meio ambiente. O prejuízo causado ao comércio varejistas, empresas e população é no mínimo 20 vezes o valor não investido em prevenção.

Não foi somente uma catástrofe climática, também é uma tragédia política que adota modelo de gestão que contempla os desejos, necessidades e interesses de alguns mesmo que isso represente perdas, consideração e prejuízos para a grande parte da população e empresários.

Será que os políticos e partidos que estão no Paço e suas bases no legislativo vão continuar ganhando do empresariado e do eleitor o apoio nas próximas edições ? Financiar, manter apoio e reeleger e eleger políticos dos partidos envolvidos na tragédia é ser um representante legítimo do ‘eleitor prego – aquele que leva na cabeça’

Vale lembrar que o sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre é considerado “robusto, eficiente e fácil de operar e manter”, mas falhou porque não recebeu as manutenções permanentes necessárias por parte da prefeitura, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). Essa é a avaliação de um grupo de 42 engenheiros, arquitetos e geólogos, que divulgou manifesto, na quinta-feira (23/05), em que explicam o que ocorreu para a cidade ser tomada pela água do Guaíba, na maior enchente da história da capital gaúcha.

Concebido na década de 1970 por engenheiros da Alemanha, com inspiração em modelos holandeses, o sistema porto-alegrense é composto por cerca de 60 quilômetros (km) de diques e barragens, de norte a sul da capital gaúcha. Avenidas importantes, como Castelo Branco, Beira-Rio e Diário de Notícias, além da rodovia Freeway, são barragens construídas para evitar o extravasamento da água do Guaíba para áreas urbanas.

Há também um muro de proteção, o Muro da Mauá, que funciona como dique para área central da cidade, desde a altura da rodoviária até a usina do Gasômetro. Por toda essa extensão, há 14 comportas, que permitem a entrada e saída da água, e 23 casas de bombas hidráulicas, que também tem as próprias comportas, e funcionam como pontos de drenagem da água, para devolver , em uma eventual inundação, ao lago.

Já os córregos (arroios) que cortam a cidade, como o Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, complementam o sistema de diques internos. A cota de inundação do sistema é de 6 metros de cheia, cuja altura na enchente do início do mês não passou de 5,30 metros.


Porto Alegre não investiu um centavo em prevenção contra enchentes em 2023

A Prefeitura de Porto Alegre não investiu um real sequer em prevenção a enchentes em 2023. A situação ocorre mesmo com o departamento que cuida da área tendo R$ 428,9 milhões em caixa. Os dados foram retirados do Portal da Transparência de Porto Alegre

O orçamento tem um item chamado “Melhoria no sistema contra cheias”, que não recebeu recursos ano passado.

Gastos por ano

  • 2021 – R$ 1.788.882,48 (R$ 1,7 milhão)
  • 2022 – R$ 141.921,72 (R$ 141 mil)
  • 2023 – R$ 0

Porto Alegre deixa de investir 23% do orçamento para manutenção do sistema contra cheias
sob indícios de falhas que agravaram os efeitos da cheia histórica do Guaíba.

O sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre recebeu 23% a menos do orçamento destinado à manutenção dos equipamentos nos últimos sete anos.


Após falha no sistema anticheias de Porto Alegre, custo para melhorias podem chegar a R$ 400 milhões, estima Tiago Gomes, doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.

O muro da Avenida Mauá, questionado ao longo dos anos, funcionou, mas as comportas apresentaram problemas. O sistema de vedação, para impedir a passagem da água, falhou.