Início » São Paulo Notícias : governo adota fase emergencial para conter contágio e mortes por Covid-19

São Paulo Notícias : governo adota fase emergencial para conter contágio e mortes por Covid-19

João Doria - Governador de São Paulo - sortimentos.com
João Doria – Governador de São Paulo – sortimentos.com

São Paulo Notícias : governo adota fase emergencial para conter contágio e mortes por Covid-19

Restrições na circulação de cerca de 4 milhões de pessoas valem a partir de segunda (15) para frear mortes e sobrecarga em hospitais

O Governador João Doria anunciou na quinta-feira (11.03) a adoção de uma fase emergencial de enfrentamento à pandemia. A partir de segunda-feira (15.03), medidas mais duras de restrição entram em vigor e se estendem até o dia 30 para frear o aumento de novos casos, internações e mortes pelo coronavírus e conter a sobrecarga em hospitais de todo o estado.

Restrições

A partir do dia 15, o Governo do Estado determina toque de recolher nos 645 municípios todos os dias, entre 20h e 5h. Também fica vetado o acesso a parques e praias. Haverá proibição completa a qualquer tipo de aglomeração, e o uso de máscaras deve ser intensificado em qualquer ambiente interno ou externo de acesso público.

As escolas da rede estadual que gerou 21 mortes por Covid-19 no Volta às Aulas, só ficarão abertas para merenda de alunos carentes e distribuição de materiais mediante agendamento prévio. Os recessos de abril e outubro serão antecipados para o período entre 15 e 28 de março. A Secretaria da Educação também vai indicar que a medida seja adotada nas escolas municipais e particulares.

“Nossos hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação. Temos de adotar medidas mais duras de distanciamento social”, disse Doria, que aprovou flexibilizações nos meses anteriores.

A fase emergencial do Plano São Paulo mantém a fase vermelha de controle da pandemia e regulação de serviços não essenciais. Porém, para ampliar o distanciamento social e reduzir a circulação urbana, foram ampliadas as restrições de algumas atividades comerciais autorizadas na fase vermelha.

A restrição completa proíbe retirada presencial de produtos em restaurantes e lanchonetes, proíbe atendimento presencial em lojas de material de construção e veta celebrações religiosas coletivas e atividades esportivas em grupo. Lojas e restaurantes só poderão fazer entregas pelo sistema em que o consumidor recebe o produto dentro de seu veículo (drive thru), entre 5h e 20h, ou por serviços de entrega na residência (delivery) por telefone ou aplicativo de internet. Não haverá nenhuma restrição ao funcionamento de supermercados.

O teletrabalho será obrigatório para todas as atividades administrativas não essenciais. A imposição vale tanto para órgãos públicos como escritórios particulares e serviços de call center. Todas as medidas da fase emergencial visam reduzir a circulação de ao menos 4 milhões de pessoas por meio das restrições adicionais.

Horário escalonado

O Governo do Estado também recomenda que Prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo imponham o escalonamento de horários de entrada de trabalhadores de atividades essenciais para evitar aglomerações no transporte público. Os horários indicados são das 5h às 7h para profissionais da indústria, 7h às 9h para os de serviços e 9h às 11h para os do comércio.

O conjunto de medidas emergenciais adotado por São Paulo é similar aos de países que adotaram regras mais duras para conter a pandemia por meio da circulação restrita. Recentemente, o Governo de Portugal teve sucesso na redução de novos casos e mortes por COVID-19 ao impor normas mais amplas de isolamento social.

FecomercioSP: Fase Emergencial demanda amparo econômico urgente e fiscalização intensa para ser efetiva

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que o Estado só terá um resultado mais efetivo com fiscalização constante e intensiva sobre atividades clandestinas, ilegais e que geram aglomerações. Além disso, a Entidade cobra urgência no maior amparo público à economia e aos empregos.

Estimativa da FecomercioSP prevê que, com o fechamento das lojas de materiais de construção, o comércio varejista paulista possa registrar uma perda média de R$ 12 bilhões no mês de março – R$ 1 bilhão a mais do que a previsão anterior, quando da adoção da Fase Vermelha. É um prejuízo semelhante à média dos meses de abril e maio de 2020. Na capital, a estimativa de perda média, com as novas restrições, é de R$ 6,5 bilhões até o final do mês.

Números como esses reforçam os pedidos da FecomercioSP em meio ao recrudescimento da pandemia: as restrições de circulação e de funcionamento das atividades devem ser acompanhadas de planos formais de apoio às empresas e consequentemente aos empregos por parte do Poder Público.

Pleitos recorrentes da Federação vão nessa direção, como a revisão das medidas tributárias em torno do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diversas atividades no Estado, reabertura dos programas de parcelamento desse tributo e a aprovação de crédito emergencial direcionado para as micros e as pequenas empresas que, em meio a uma nova restrição rígida de circulação de pessoas, podem ter dificuldades em manterem seus negócios em 2021.

O mesmo vale para o governo federal que, em um momento grave para o País, deve retomar com urgência medidas de proteção ao trabalho e à renda das famílias, como o auxílio emergencial e, no caso dos empresários, a ampliação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Pelas novas regras – que começam a valer na segunda-feira (15) e se estendem até o dia 30 de março – fica, também, suspensa a entrega de alimentos e produtos nos estabelecimentos comerciais, sendo o drive-thru permitido entre 5h e 20h e o delivery 24h para bares, restaurantes e outros estabelecimentos. Além disso, ficou determinado o toque de recolher, das 20h às 5h.

A Federação destaca, ainda, que o comércio formal não é responsável pela proliferação do novo coronavírus, já que a flexibilização das regras de funcionamento desse setor existe desde agosto em diversas regiões do Estado.

Fica a pergunta : se os empresários forem responsabilizados pelas mortes por Covid-19 dos funcionários da empresa que precisaram quebrar o Distanciamento Social, eles irão promover a abertura dos seus negócios ? Ou a responsabilidade pela vida será exclusiva do trabalhador ?