Rio Grande do Sul: veja o que muda no distanciamento controlado
1. Mudança no ponto de corte de indicadores por tipo de medida:
O objetivo é reforçar a antecipação dos efeitos da pandemia e a segurança da população. Com base em diversas simulações de cenários, percebeu-se que as bandeiras estavam demorando muito para sinalizar piora de indicadores. Para alcançar essa antecedência, foi preciso um novo olhar. Assim, os pontos de corte se tornam mais estreitos e refletem melhor a realidade, conferindo maior segurança ao modelo, que se torna mais sensível a mudanças para garantir o atendimento no futuro. As mudanças serão feitas nos pontos de corte dos indicadores, como velocidade do avanço da doença, incidências de novos casos e mudança da capacidade de atendimento.
2. Alteração nos indicadores de óbito por Covid-19, Ativos/Recuperados e número de leitos de UTI livres (Macrorregião e Estado)
• Projeção de óbitos:
O indicador de óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes mostra a evolução da doença com defasagem, uma vez que um óbito reflete o adoecimento de semanas atrás. O indicador é válido para mostrar a realidade atual, mas não antecipa, e o objetivo do Distanciamento Controlado é também prever deterioração, de modo que medidas possam ser tomadas com antecedência para que as UTIs não cheguem ao limite de atendimento.
Sendo assim, o cálculo deixa de utilizar o número de óbitos ocorridos na semana de referência e passa a utilizar projeções para os próximos 14 dias, com base na variação de pacientes confirmados para Covid-19 em leitos de UTI e no número de óbitos acumulados na semana de referência.
• Indicador de Ativos/Recuperados:
O indicador de Estágio da Evolução passa a considerar todos os casos ativos na semana de referência em relação aos recuperados nos 50 dias anteriores ao início da semana. Ao considerar um período maior de tempo, amenizam-se os efeitos da defasagem entre a data do início dos sintomas e a inclusão dos casos confirmados.
• Razão de ocupação de leitos de UTI por Covid-19:
A capacidade de atendimento passa a ser avaliada com base na razão entre a quantidade de leitos de UTI livres e o número de leitos de UTI ocupados por pacientes confirmados para Covid-19. A proposta vale para os indicadores que avaliam a capacidade do Estado e das macrorregiões, que antes levava em consideração o número de leitos de UTI livres para Covid-19 para cada 100 mil idosos.
3. Gatilhos de segurança
• Redução de cinco para três hospitalizações registradas nos últimos 14 dias na trava para deixar a bandeira da semana anterior:
A mudança torna a redução de bandeira mais cautelosa. A partir deste sábado (13/6), o máximo de casos novos de hospitalização por Covid-19 que a região poderá observar para conseguir reduzir a bandeira é de três. Antes, o limite era cinco novas hospitalizações nos últimos 14 dias.
• Regra das bandeiras preta e vermelha:
Se uma região atingir bandeira final vermelha ou bandeira preta, será preciso duas semanas consecutivas com bandeiras menos graves para que a região possa obter redução na classificação de risco. Isso trará maior segurança para caracterizar a efetiva melhora nas condições de uma região.
Eduardo Leite: abre aspas
“Com o objetivo de reduzir os riscos de esgotamento do sistema de saúde, garantir maior segurança aos gaúchos e aumentar a aderência às medidas de enfrentamento ao Coronavírus, anunciamos hoje alguns ajustes no modelo de Distanciamento Controlado.
Estamos na 5ª semana de um modelo inédito e inovador, que busca conciliar a prioridade à vida com a retomada econômica responsável. Ele era um modelo teórico e, a partir da observação na prática, foram definidas algumas alterações, sugeridas pelos membros do Comitê de Dados.
Foram feitos três conjuntos de ajustes: 1) mudança no ponto de corte de sete indicadores; 2) alteração em indicadores; 3) modificação e adoção de dois gatilhos de segurança.
Com isso, o modelo vai ficar mais sensível a mudanças, para que possamos dar mais segurança no atendimento hospitalar. Os ajustes já valem a partir deste sábado, quando haverá nova atualização das bandeiras para a semana seguinte.
Lembrando que precisamos da sociedade gaúcha engajada no modelo do Distanciamento Controlado. Isso significa respeitar os protocolos da bandeira da sua região, caso contrário, vai haver aumento de casos, e havendo isso, as bandeiras vão migrar para mais restrições.
Não queremos endurecer as medidas, mas não está nas mãos do governo. Está nas mãos da sociedade gaúcha. Por isso que precisamos do engajamento de todos. Não é volta ao normal, não é flexibilização, ainda estamos distantes de uma volta à normalidade”.
Mais Eduardo Leite: “Recebemos importante confirmação de que um pedido feito ao Ministério da Saúde será atendido. O RS receberá, a partir da próxima semana, 130 respiradores. Os equipamentos são fundamentais no tratamento da Covid-19 e vão reforçar ainda mais a nossa estrutura hospitalar”.