Rio Grande do Sul Notícias : CEEE Equatorial sofre ação de entidades, fiação subterrânea, podas de árvores

Rio Grande do Sul Notícias : CEEE Equatorial sofre ação de entidades, fiação subterrânea, podas de árvores

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Uma semana após temporal, Porto Alegre ainda se vê longe da normalidade

Transtornos, descaso, prejuízos, insegurança, desinformação e receio. Passada uma semana do forte temporal que atingiu Porto Alegre e causou inúmeras intempéries à cidade, o clima, nem de longe, parece ser de normalidade na capital. Moradores de diferentes bairros contabilizam perdas, ao mesmo tempo em que lidam com o estresse causado pela falta de água – já restabelecida, segundo o Dmae – e de eletricidade – esta, ainda com pontos sem luz há mais de 150 horas, o que segue gerando protestos.

No cerne das críticas está a CEEE Equatorial, que até ontem ainda não havia conseguido religar a eletricidade de cerca de 6,6 mil residências em Porto Alegre. Depois de uma sucessão de atrasos, a empresa prevê para hoje a conclusão dos trabalhos para restabelecer a energia a todos os seus clientes.

Uma semana após a tempestade que atingiu a capital, a Matinal publica relatos de moradores de diferentes pontos de Porto Alegre. São pessoas de bairros e realidades distintas, mas afetados por um mesmo problema nos últimos dias.


CEEE Equatorial sofre ação de entidades e será fiscalizada por órgãos públicos

A pressão contra a CEEE Equatorial aumenta dia após dia. Entidades civis de defesa do consumidor entraram com uma Ação Civil Pública contra a empresa devido à interrupção no fornecimento de energia após o temporal da semana passada. Os autores pedem, além do restabelecimento do serviço, uma condenação por dano moral coletivo e ressarcimento às unidades consumidoras que tiveram prejuízos. Órgãos de fiscalização também vão para cima. A Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Agergs), que já aplicou duas multas milionárias contra a empresa, aguarda a normalização do fornecimento de energia para iniciar a fiscalização.

A Aneel não fica de fora: o diretor-geral, Sandoval Feitosa, vem ao RS para avaliar a situação e apurar a responsabilidade tanto da CEEE quanto da RGE – que, por conta de uma decisão liminar obtida pela prefeitura de Cachoeirinha, foi obrigada a pagar uma multa diária de 50 mil reais enquanto a luz não estivesse 100% restabelecida. Até a noite de ontem, 14,1 mil seguiam sem energia elétrica no estado. Agora pela manhã, moradores bloqueiam a BR-290, em Eldorado do Sul, próximo ao acesso a Charqueadas, em protesto contra a falta de luz.


Melo estuda PPP para aterrar fiação elétrica

Criticado por ambientalistas que questionam a política ambiental de sua gestão, Sebastião Melo (MDB) saiu em defesa das árvores no debate que opôs vegetação e falta de energia elétrica, especialmente depois de declarações de porta-vozes da Equatorial demonizando a arborização da cidade.

O prefeito reafirmou o desejo de implementar a fiação subterrânea na capital e disse que o modelo estudado seria uma Parceria Público-Privada (PPP). “Cada empresa vai ter que pagar para colocar os fios lá dentro (no subsolo)”, explicou à rádio Guaíba. Sem estipular prazo, disse que pretende lançar um Chamamento Público para Procedimento de Manifestação de Interesse e que tem ciência da complexidade e alto custo da operação.

Opção que contribui para maior estabilidade da energia elétrica, a instalação de fiação subterrânea é de 10 a 15 vezes mais cara do que a fiação aérea.


MP terá audiência para tratar de podas de árvores

O debate sobre as podas de árvores em Porto Alegre já tem data marcada para ocorrer no Ministério Público: uma audiência com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e a prefeitura de Porto Alegre está prevista para 7 de fevereiro. O timing não podia ser melhor, mas a verdade é que a reunião foi solicitada dias antes do temporal da última terça-feira, mostrando que o problema do manejo arbóreo da cidade não é recente.

O evento faz parte de um inquérito que apura problemas associados à gestão das árvores da capital. As críticas de ambientalistas quanto às podas e remoções de vegetação na cidade se acumulam desde que o serviço foi terceirizado, ainda no governo Marchezan. A atividade é responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, que desde as chuvas do dia 16 já registrou 2 mil ocorrências relacionadas ao evento climático.


Primeiro emprego

Sete de 11 jovens atendidos pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) em Caxias do Sul tiveram a oportunidade de ter um primeiro emprego. A ressocialização de adolescentes infratores do Centro de Atendimento em Semiliberdade (Cas), órgão vinculado à Fase, é realizada com ações como oficinas, cursos de qualificação profissional e o primeiro emprego.

Destinada a jovens que podem cumprir parte das medidas socioeducativas fora da internação, a ação conseguiu inserir 64% da população do Cas no mercado formal de trabalho, proporcionando autonomia e reflexão crítica, diferentemente do que acontece em uma medida de internação.

Um dos adolescentes, que é estudante do 1º ano do ensino médio, conta que está trabalhando em uma empresa metalúrgica e pretende seguir na carreira com um curso na área: “A melhor coisa é ter o nosso salário e procurar aprender mais”.


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Giro de Notícias

  • Pessoas que perderam equipamentos elétricos após o último temporal no Estado podem buscar ressarcimento nas concessionárias responsáveis, Aneel ou Procon. A Prefeitura de Porto Alegre orienta que a solicitação seja feita via Protocolo Virtual.
  • A eleição do Conselho do Plano Diretor acontece hoje na Região de Planejamento 5, das 17h às 20h no Postão da Cruzeiro. Vale lembrar que a Chapa 1 na disputa da Região foi homologada fora do prazo e também participa do processo. Veja a cobertura da Matinal.
  • Começou a demolição do Esqueletão. As marretadas, que durarão quatro meses, geram alívio e preocupação nos comerciantes do centro.
  • As três primeiras semanas do ano tiveram um aumento de 855% nos casos de dengue no RS em comparação a 2022. Porto Alegre teve 10 casos confirmados, enquanto Tenente Portela, noroeste do Estado, lidera com 208 registros.
  • O Ministério da Saúde anunciou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na vacinação contra a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti. A imunização deve começar em fevereiro.
  • A ONG Misturaí, que promove educação, cultura e assistência social para pessoas em vulnerabilidade na capital, corre o risco de encerrar as atividades e pede doações de qualquer valor.