Sortimento Notícias Rio Grande do Sul : Aeroporto Salgado Filho, Cais Mauá, áreas de preservação e vulnerabilidade social

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Sortimento Notícias Rio Grande do Sul : Seguro do Aeroporto Salgado Filho, leilão do Cais Mauá, áreas de preservação e vulnerabilidade social

Sortimento Notícias enchente em Porto Alegre – Sortimento Notícias da enchente no Rio Grande do Sul


Quando as regras das Áreas de Preservação Permanente são alteradas à revelia da ciência, as consequências podem ser severas. O afrouxamento das normas do Código Florestal, por exemplo, tornou a tragédia no Vale do Taquari ainda mais dramática, como mostra estudo. A newsletter da Matinal também destaca o desalojamento de 194 pessoas em situação de vulnerabilidade social e o debate sobre o valor do seguro para reconstruir o Aeroporto Salgado Filho.


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Vegetação nativa preservada reduziu impacto das cheias no Vale do Taquari

O entorno do rio Taquari, um dos mais impactados pelas enchentes de maio, carece de um tipo de proteção que poderia ter reduzido o impacto das cheias. Apenas 31% das Áreas de Preservação Permanente (APPs) – margens dos rios protegidas por lei – da região estão cobertas com vegetação nativa. É o que revela um levantamento de pesquisadores do Movimento Pró-Matas Ciliares do Vale do Taquari, com base em dados da MapBiomas, em reportagem da Agência Pública. O estudo aponta que áreas com presença de vegetação nativa ajudaram a minimizar a erosão, resultando em menos danos.

A situação geral é alarmante: embora a legislação exija proteção de mais de 6 mil hectares como APPs, apenas 1.943 hectares – os 31% apontados pelo estudo – estavam em conformidade antes das inundações. Em muitos locais, margens de rios que deveriam ter áreas preservadas de 100 a 200 metros de largura contam com apenas 5 metros de proteção.

A origem do problema – O Código Florestal, que regula a proteção da vegetação nativa no Brasil, determina que as APPs devem ter uma largura equivalente à dos corpos d’água adjacentes – por exemplo, rios com até 10 metros de largura devem ter uma faixa de preservação de 30 metros em cada margem, enquanto rios mais largos necessitam áreas preservadas maiores, podendo chegar a 500 metros em cada margem. No entanto, modificações na legislação em 2012 permitiram que essa proteção fosse reduzida em áreas consolidadas.

Bilhões para recuperar – O custo para recuperar a vegetação nativa no Rio Grande do Sul é de 20 bilhões de reais, segundo estudo do Instituto Escolhas. “O Brasil precisa entender, de forma definitiva, que a infraestrutura natural prestada pelas árvores e florestas deve ser respeitada, ou vamos pagar um preço muito alto em vidas humanas”, alerta o diretor do Instituto, Sérgio Leitão.


Reconstrução pode intensificar degradação

Nesta semana, um grupo de professores do Instituto de Biociências da UFRGS publicou uma carta na revista científica Nature alertando para o risco de intensificação da degradação ambiental nos projetos de reconstrução do RS. Eles criticam soluções focadas apenas em grandes obras, como canais de drenagem e barragens, que ameaçam a biodiversidade e os meios de subsistência. O grupo defende que as soluções considerem a natureza e o funcionamento dos ecossistemas, enfatizando a necessidade de recuperação de áreas degradadas e preservação dos serviços ecossistêmicos. Leia aqui o artigo completo em inglês.


Contratada pela prefeitura, Pousada Garoa desaloja 194 pessoas em situação de vulnerabilidade social

Uma unidade da Pousada Garoa na avenida Benjamin Constant desalojou 194 pessoas em situação de vulnerabilidade social, na noite de quarta-feira, alegando que a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), vinculada à prefeitura de Porto Alegre, não pagou diárias correspondentes às hospedagens.

A Garoa alega que, embora tenha buscado orientações da FASC antes da medida, não obteve retorno da entidade. Já a FASC afirma que o contrato foi reduzido, e não cancelado, e que “as pessoas atendidas estão sendo encaminhadas, de forma gradual, a outros serviços”. Em 26 de abril, um incêndio em outra unidade da mesma rede, na avenida Farrapos, matou 10 pessoas e deixou 15 feridos.


CEO da Fraport afirma que seguro do Salgado Filho para enchentes é de R$ 130 milhões; “condições especiais” de contrato informam R$ 2,9 bi

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil, administradora do Aeroporto Salgado Filho, estimou em R$ 1 bilhão o valor necessário para a recuperação do terminal. A executiva afirmou que a empresa contratou seguro de R$ 2 bilhões para “danos materiais gerais”, mas que o valor destinado a indenizar perdas por enchentes seria de R$ 130 milhões.

“Não existe seguro nesse mundo que cobre o valor total do ativo para enchentes, especialmente não em uma região onde se sabe que o risco de enchente existe”, disse Pal. O jornalista Leandro Demori e o Sul21, contudo, tiveram acesso ao contrato de seguro firmado entre a Fraport e a Chubb Seguros Brasil.

Segundo as apurações, embora as cláusulas padrão do documento excluam enchentes, há uma seção intitulada “Condições especiais para o seguro de alagamento e/ou inundação”, prevendo cobertura, nesses casos, até o valor máximo contratado, que é de aproximadamente R$ 2,9 bilhões.


Enchente motiva pedido de anulação do leilão do Cais Mauá

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT), em representação conjunta com entidades da sociedade civil, pediu que o Ministério Público de Contas acione o Tribunal de Contas do Estado solicitando a anulação do leilão do Cais Mauá, realizado no início do ano.

O contrato da concessão ainda não foi assinado e não há prazo para ser formalizado, em razão de decreto de calamidade do governo do estado. A representação lista dez motivos para a anulação, que vão desde possíveis falhas no processo de licitação à falta de manutenção do sistema de proteção contra enchentes.

Confirmada a concessão, as estruturas do sistema de defesa no Cais ficariam sob responsabilidade do consórcio vencedor da licitação, e não mais do Dmae, como é hoje.


Governo estadual formaliza construção de cinco centros de acolhimento

O governo estadual firmou convênio com a prefeitura de Porto Alegre para a construção de um Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) junto ao Centro Vida, no bairro Costa e Silva, com capacidade para atender mil desabrigados pelas enchentes. As estruturas devem ser entregues em 20 dias após contratação de fornecedores.

O estado planeja a construção de outros dois espaços na capital – no estacionamento do Porto Seco e no Centro de Eventos Ervino Besson. Em Canoas, serão dois CHAs, totalizando cinco centros no RS com capacidade para 3,8 mil pessoas.


Eleitor prego

A ação que chegou a suspender o leilão partiu de parlamentares do partido Novo. Em Porto Alegre, o vereador Ramiro Rosário, aquele que extinguiu o DEP, tem espalhado boatos – já desmentidos – de que o produto importado teria agrotóxicos proibidos no Brasil. Incrível são eleitores elegerem um candidato que por ações causou dano bilionário para empresas e cidadãos da Capital gaúcha e ainda, divulga fake news. É o famoso eleitor ‘prego’ que adora levar na cabeça


Giro de Notícias

Após mais de 30 dias fechada, a rodoviária de Porto Alegre retomou as operações na manhã de hoje.

Sebastião Melo apresentou ao presidente Lula um pedido de R$12,3 bi em aportes do governo federal à capital: R$ 6,8 bi destinados à recuperação de infraestrutura e R$ 5,5 bi voltados à habitação.

Em visita ao Vale do Taquari, Lula anunciou um programa voltado a mais de 430 mil trabalhadores formais, pelo qual o governo federal paga duas parcelas de salário mínimo – em contrapartida, as empresas mantêm os empregos por quatro meses.

O presidente afirmou ainda que o governo federal vai “discutir o projeto para que a gente leve a água do excesso dos rios diretamente ao mar sem encher nenhuma cidade aqui em Porto Alegre”, proposta criticada por cientistas.

Acompanhando Lula no RS, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a implementação de 799 leitos clínicos e pediátricos emergenciais no estado.

Pesquisa da Unisinos mostra que, devido às enchentes, o RS pode perder até 4,2% do crescimento econômico do PIB esperado até agosto.

A Emater estima que, após as inundações, 2,7 milhões de hectares de terra perderam fertilidade no estado.

Liberado por decisão do TRF4, o leilão da Conab arrematou 263 mil toneladas de arroz, com preço médio de R$ 24,98 a R$ 25. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o objetivo do governo desde o início foi evitar uma escalada do preço do produto, que não corre risco de desabastecimento.


Agenda Sábado (8/6/24)

Às 15h, a Mostra Sol do Sul reúne, no palco do Theatro São Pedro, a ONG Sol Maior, a Orquestra Jovem Theatro São Pedro, a Companhia de Ópera do RS e o show Casa, de Madalena Rasslan e Simone Rasslan.

A cantora Tássia Minuzzo celebra Maysa Monjardim, às 18h, na Fundação Ecarta, acompanhada de Michel Dorfman (piano), Edu Saffi (baixo) e Mano Gomes (bateria).

A Zona Cultural reabre, às 19h, com música e palco aberto, recebendo doações de produtos de limpeza para a Paróquia Pompeia.

The Jazz Passengers – com Bruno Braga (bateria), Bruno Silva (trompete e flugelhorn), Javi Contrera (sax tenor), Mateus Albornoz (contrabaixo) e Pedro Saul (piano) – é a atração, às 21h, no Espaço 373.

A partir das 23h, a festa Rock N’ Bira reúne as bandas Bixo Cabeludo, Roadhouse Band, Fly Away Experience, Crazy Guns e Penttagrama – e arrecada cobertores, agasalhos, material de limpeza e higiene, em parceria com a iniciativa Sopão Solidário.


Pós-enchente

As enchentes geram diversas consequências, principalmente altos prejuízos humanos e econômicos. O transbordamento dos rios atinge anualmente diversas zonas urbanas.

As consequências das enchentes urbanas gera prejuízos materiais, como perda de bens, veículos e danos às edificações. Existem também prejuízos sociais, como desalojamento de pessoas, problemas na mobilidade urbana e proliferação de doenças transmitidas pela água

Após as águas baixarem é necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo). Deve- se lavar pisos, paredes e bancadas desinfetando com água sanitária na proporção de 2 xícaras das de chá (400ml) desse produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 30 minutos.


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Basta ! Chega! A insuportável hipocrisia dos políticos negacionistas. Falta de investimento, ações contra o meio ambiente visando atender desejos financeiros de grupos e visando aumentar a arrecadação.

Prefeitura de Porto Alegre, gestão Sebastião Melo (MDB ) liberou construções na Orla do Guaíba e no Parque Harmonia que interferiram no meio ambiente com retirada de árvores e uso de área com objetivo de aumentar receita através de concessões. Também aprovou a Lei Complementar Municipal nº 935/2022, que altera o Plano Diretor da capital gaúcha e permite o parcelamento do solo na Ponta do Arado. O MP-RS apontou diversas irregularidades no processo de licenciamento do empreendimento.

Eleições 2024. Quais os políticos e partidos no Executivo e Legislativo municipal de Porto Alegre votaram em leis, projetos e ações que NÃO atenderam suas demandas, desejos e necessidades? Então vais reeleger?